Pastores ensaiam recuo do bolsonarismo, diz jornal

A perspectiva de uma vitória petista, talvez até mesmo no primeiro turno, assusta líderes evangélicos

A relação entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e igrejas já foi melhor. Com o ex-presidente Lula (PT) à frente nas pesquisas de intenção de voto, agremiações religiosas que estiveram com Bolsonaro em 2018 vão emitindo sinais de que tamanho entusiasmo pode não se repetir neste ano.

Nos bastidores, segundo o jornal Folha de S. Paulo,  a perspectiva de uma vitória petista, talvez até mesmo no primeiro turno, assusta líderes evangélicos que têm por hábito manter boas relações com o governante da vez.

A performance nas pesquisas de intenções de voto, que o colocam bem atrás de Lula, ajudou a criar um clima de “bote salva-vidas”, nas palavras de um pastor que já integrou comitivas evangélicas ao Palácio do Planalto bolsonarista.

Ninguém esquece que o próprio Lula foi agraciado com aplausos de pastores que anos depois, na eleição de Bolsonaro, diriam-se alérgicos a tudo o que ele representa, usando como justificativa o avanço de pautas progressistas (dos direitos LGBTQIA+ ao aborto) e esquemas de corrupção atribuídos ao PT.

Mas há também um sentimento dúbio sobre Bolsonaro, um católico não praticante que melhor do que ninguém soube sintonizar com as demandas morais do grupo e cumpriu a promessa de emplacar um ministro evangélico no Supremo Tribunal Federal, André Mendonça.

No próximo dia 8, Bolsonaro deve abrir o Palácio da Alvorada para líderes evangélicos, numa tentativa de demonstrar força no bloco religioso que já foi alheio ao debate eleitoral, mas que hoje é o que mais se articula politicamente no Brasil. No próximo dia 8, Bolsonaro deve abrir o Palácio da Alvorada para líderes evangélicos –