Padre Robson diz que se afastou da Afipe para colaborar com MP e provar que não desviou doações: ‘Sempre carreguei cruzes’

Investigação apura se dinheiro doado foi usado na compra de fazendas e até casa na praia. Afipe movimentou R$ 2 bilhões em dez anos.

O padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, investigado por suspeita de usar dinheiro de doações de fiéis para comprar uma casa na praia, fazendas e outros itens de luxo, gravou um vídeo em sua rede social negando qualquer crime. Ele afirmou que se afastou da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que cuida do Santuário Basílica de Trindade, para colaborar com as investigações do Ministério Público (assista acima).

“O meu caminho nessa missão evangelizadora nunca foi fácil. Desde o início, como você bem sabe, sempre carreguei muitas cruzes”, disse.

Na sexta-feira (21), o Ministério Público realizou a Operação Vendilhões, que investiga o uso de R$ 120 milhões da associação para comprar diversos imóveis milionários e o uso das doações fora das atividades ligadas à religião. O padre Robson era o reitor da Afipe e pediu o afastamento no mesmo dia.

“Sempre estive e continuo à disposição do Ministério Público. Por isso, esse meu pedido de afastamento vai me permitir colaborar com as apurações da melhor forma e com total transparência para que seja confirmado que toda doação que fazemos ao Pai Eterno – terços rezados, o dinheiro doado, tempo, carinho, trabalho empregado na evangelização – foi toda, repito, toda empregada na própria associação Afipe em favor da evangelização”, disse no vídeo.