Médicos do HC vão acompanhar pacientes graves recuperados da Covid-19 em SP para estudar possíveis sequelas da doença

Cerca de 2 mil pacientes que tiveram alta do Hospital das Clínicas serão acompanhados por telemedicina por três meses, para que os médicos entendam se a doença causa danos irreversíveis

Médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo vão começar a acompanhar cerca de 2 mil pacientes graves recuperados da Covid-19 para estudar possíveis sequelas da doença. O objetivo da pesquisa é saber se a doença pode causar danos irreversíveis.

“O objetivo desse estudo é acompanhar essa população que teve alta e vários deles saem com alguns sintomas não resolvidos, como fraqueza muscular, alteração no olfato, alteração no paladar, alguns saem com lesão renal e necessitaram de diálise. Alguns deles, quase a totalidade, precisou usar oxigênio, precisou usar oxigênio através de entubação, através de ventilação mecânica, alguns ficam na ventilação mecânica não invasiva, alguns tem problemas no coração, alterações no ritmo cardíaco, falência também cardíaca e tudo isso precisamos saber, porque se trata de uma doença nova, se essas lesões elas são parciais, se são passíveis de recuperação ou se vão deixar sequelas”, disse Carlos Carvalho, diretor da divisão de pneumologia do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas.

O aposentado Francisco, de 65 anos, é um dos pacientes recuperados da Covid-19 que chegou a ficar em estado grave. Ele recebeu alta depois de 23 dias na UTI, perdeu 12 quilos e precisou de andador durante os primeiros dias de recuperação.

O Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo, reservado para o combate ao coronavírus. — Foto: Divulgação/Governo de SP. Glogo G1