Ucrânia tem armas para contraofensiva após nova ajuda do Ocidente

As doações vieram em meio a dúvidas sobre os preparativos ucranianos para sua aguardada contraofensiva

Por Lara Jakes

Novos mísseis de longo alcance, drones de ataque, tanques e outros blindados cedidos por aliados ao presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, nos últimos dias atenderão a muitas, mas não todas as necessidades de Kiev. As doações vieram em meio a dúvidas sobre os preparativos ucranianos para sua aguardada contraofensiva desta primavera boreal, com o próprio mandatário afirmando que mais tempo de preparação seria necessário.

Analistas militares acreditam que pelo menos parte da última leva de armas ocidentais será enviada rapidamente para as linhas de frente em uma tentativa de cortar as rotas de abastecimento russas. Também devem se úteis para atacar os sistemas de artilharia e centro de comando inimigos no sul e leste da Ucrânia.

Outras armas provavelmente serão entregues mais tarde para ajudar Zelenski a planejar operações futuras caso a guerra continue a se arrastar — algo que parece provável neste momento. O robusto pacote anunciado durante o giro de Zelenski por quatro capitais europeias em três dias pode significar que o Ocidente agora crê que a Ucrânia tem condições de retomar parcelas de territórios ocupados pelo inimigo.

“Nós não nos comprometeríamos a enviar esse volume de armas para a Ucrânia neste momento se pensássemos que seu sucesso é improvável”, disse Jacob Funk Kirkegaard, pesquisador do German Marshall Fund, em Bruxelas, e ex-funcionário da inteligência dinamarquesa.

Autoridades ocidentais esperam que, se os ucranianos tiverem ganhos substanciais de território, eles teriam mais influência em qualquer negociação de paz. Na semana passada, Zelenski alertou que a contraofensiva contra a Rússia, prevista para começar nesta primavera boreal ou no início do verão, poderia ser adiada caso Kiev não recebesse mais armas.

Semanas antes, documentos vazados do Pentágono indicavam preocupações americanas com a capacidade ucraniana de se defender, acentuada pela escassez de munições e pela superioridade numérica dos soldados russos, apesar das grandes baixas. Imagem, Reuters.

Fonte: Agência estado