Com camarotes, cidade começa a ganhar a cara do Carnaval

Estruturas dos camarotes começam a ser montadas e fiscais vão às ruas

Por Hieros Vasconcelos Rêgo

Quem é carnavalesco e passa pelas ruas que acolhem a folia de Salvador já sente um frio na espinha e a ansiedade para o início da maior festa popular do planeta: as estruturas dos camarotes, dos praticáveis de televisão e das bases de apoio de órgãos públicos começaram a ser montados, se aproximando do cenário que aguarda milhares de pessoas a partir do dia 8 de fevereiro.

Para serem construídos, no entanto, os camarotes e praticáveis precisam ter um alvará de funcionamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), além da fiscalização do Conselho Regional de engenharia e Agronomia da Bahia (Crea).

De acordo com a secretaria, a fiscalização tem acontecido, mas passará a ser intensificada a partir de hoje (16), com a “Operação Pré-Carnaval”. O objetivo é vistoriar as estruturas nos principais circuitos da festa: Dodô (Barra/Ondina) e Osmar (Campo Grande/Castro Alves).

È preciso se atentar para práticas que vão de encontro ao ordenamento e uso público do solo: ocupação de calçadas, bloqueio de vias e do trânsito, descarte inadequado de resíduos sólidos. Todas essas preocupações tomam conta anualmente de diversos moradores da Barra e de Ondina. “A impressão que temos é que deixam passar esses deslizes, afirma o morador e arquiteto Flávio Arantes, 55.

Uma das preocupações é a ocupação do espaço público. “Já teve ano que camarotes ocupam calçadas, e assim permanecem semanas antes e semanas depois do carnaval, o que é um absurdo. Sem falar que até hoje tem camarote que ocupa praça pública durante a festa. Não devia acontecer de jeito nenhum, pois o espaço deveria servir para a população aproveitar o carnaval também”, afirma a moradora Carla Verônica Valentim, 44 anos, moradora de Ondina.

Ainda conforme a Sedur, durante a ação de fiscalização os técnicos do órgão irão além de inspecionar, orientar os responsáveis sobre os horários de carga e descarga de materiais e equipamentos, a não-ocupação dos espaços públicos, além da obrigatoriedade da recomposição de possíveis áreas danificadas em decorrência da montagem.

O funcionamento das estruturas também deve seguir uma série de critérios essenciais, como os equipamentos de proteção contra incêndio, se o sistema de aterramento foi efetuado de forma adequada, rota de fuga, e itens como sinalizadores, balizadores e extintores.

Fiscais da prefeitura estão conferindo de perto e orientando os responsáveis pelas obras | Foto: Romildo de Jesus

Uma volta pelo circuito Barra-Ondina e pelo Campo Grande e já é possível avistar dezenas de trabalhadores batendo martelos, colocando fiações e iluminações para preparar o espaço para quando o carnaval chegar.  Por conta disso, o trânsito chega a ficar um pouco mais devagar, mas para alguns motoristas não é motivo de reclamação,  e sim o prenúncio de um tempo bom.

“A gente passa por aqui e a cada dia já tem mais alguma coisa pronta. Para gente que vive o carnaval há tantos anos nessa cidade, não tem como não ficar ansioso. A gente já passa pela rua cheia de recordação”, conta   a publicitária Maria Eduarda Lopes, 38 anos. Foto: Romildo de Jesus. Tribuna da Bahia