Celeuma sobre a vinda do Atakarejo mostra que a politicagem “não está nem aí” para colapso do trânsito no centro de SAJ

Se o CONCIDADE e a Prefeitura cederem a essas pressões, estarão materializando retrocesso.

Por ANTONIO MASCARENHAS

Muita celeuma e pouca objetividade com relação a tão propalada vinda do Atakarejo para a cidade de Santo Antonio de Jesus. Obviamente que a vinda desse  grupo comercial será ou seria de grande importância para o desenvolvimento local, na medida em que possa ou que pudesse gerar empregos e divisas para o município. 

Por outro lado, se há entraves relacionados à instalação, notadamente com relação às dificuldades de acesso ao local proposto para instalação do supermercado, que seja apresentado um outro local, seja próximo ao centro da cidade ou em áreas adjacentes. 

Segundo o Secretário de Infraestrutura, Dr. André, o representante do Atakerejo fez uma apresentação, nessa quarta-feira, na Câmara e, ele, a defesa. André acha que, antes de qualquer discussão,  tem que fazê-lo com relação à lei. André argumenta que há  dezenas de irregularidades, no projeto apresentado. Haverá uma reunião com a Câmara e outra com representante do Atakarejo.  

Outras áreas para instalação existem, sim. Condições para que a empresa possa adquirir um terreno, obviamente que tem. Agora, querer-se a todo custo colocar instalações em local inapropriado é ir de encontro a toda uma política de reordenamento urbano. É, no mínimo, um retrocesso em se considerando o pretenso desenvolvimento que passa, necessariamente, pela melhoria da acessibilidade no centro da cidade.  Toda um discurso em torno da elaboração do  PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) cairá por terra, em se consolidando essa pretensão. 

POLITIZAÇÃO

Tem que se acabar com essas “picuinhas”. Se não puder vir o Atakarejo, outras empresas, com certeza, virão. O que a administração não deve fazer é ceder a pressões que, na verdade, são eivadas de politicagem. O município está crescendo. A cidade é considerada a capital do Recôncavo. Muitas empresas vão querer, por aqui, se instalarem. 

O CONCIDADE agendou uma  uma reunião com a equipe técnica do Atakarejo no intuito de, a partir das ponderações a serem apresentadas, discernir  sobre o que será melhor para Santo Antonio de Jesus. O Dr. Leonel Pereira tem razão ao dizer que toda essa discussão, todo esse imbróglio, tem motivação política. E tem.

Segundo Leonel, o CONCIDADE tem o objetivo de ajudar Santo Antonio de Jesus a crescer de forma organizada. Permitir esse acinte, para atender a interesses de alguns,  no centro da cidade, seria ir de encontro a toda essa pretensão. 

O vereador  e presidente da Câmara, Chico de Dega fez um pronunciamento bastante coerente ao dizer que é preciso reprojetar a cidade para o futuro. Não se pode ficar só no centro da cidade. Segundo ele, não reformaria a Câmara. Ao invés disso, construiria outra em outro local. Tem razão ao dizer que tem que se pensar na geração de emprego e renda, mas que se cumpra a lei.

Como se vê, “não se pode cobrir um santo descobrindo outro”. A cidade tem que se desenvolver. Vem aí a ponte Salvador-Itaparica e Santo Antonio de Jesus está inserido no corredor econômico. 

Apesar da duplicação da rodovia que corta o município, as condições de tráfego tendem a piorar. Com a instalação do Atakarejo no local em que estava ou está sendo proposto, o centro da cidade terá grande impacto em termos de escoamento do trânsito. Transito esse que já se encontra sufocado. 

Onde é que estão os “defensores do meio ambiente”? Onde é que estão aqueles que querem uma cidade organizada? Se o Atakarejo não puder vir para um local mais próximo do centro, que vá para área adjacente. Se não vier o Atakarejo, outras empresas virão. E pronto.