Wagner prega cautela sobre impeachment e diz que Forças Armadas não aprovam Bolsonaro

O senador Jaques Wagner (PT-BA) pregou cautela sobre uma eventual abertura de processo de impeachment contra Jair Bolsonaro e rebateu declarações do presidente, que disse que “quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as suas Forças Armadas” (veja aqui). Para ele, as Forças Armadas não aprovam a gestão de Bolsonaro, capitão reformado do Exército.

Ao falar sobre a pressão cada vez maior de grupos da oposição e de setores da sociedade civil pela deposição do presidente, Wagner afirmou que um processo como esse poderia roubar atenções do combate à pandemia. O parlamentar ponderou, no entanto, que o comportamento de Bolsonaro frente ao coronavírus torna a discussão sobre a abertura de processo de impeachment cada vez mais real.

“Eu prego cautela porque o centro das atenções do povo brasileiro hoje é a superação da Covid. A democracia precisa de paz e estabilidade. Você elegeu um presidente, o normal é esperar quatro anos e, se ele não está agradando, muda-se através do processo eleitoral”, disse, em entrevista ao “Isso é Bahia”, programa da rádio A TARDE FM em parceria com o Bahia Notícias.

O ex-governador ponderou sobre as condições para um impeachment. “Se o país entra num processo de desencontro, de desemprego, de quebradeira da economia, a exemplo do que vem acontecendo com declarações de empresários mundiais dizendo que o Brasil perdeu a credibilidade, não podemos permitir que o país vá para o fundo do poço. Se o país vai para o desatino, temos que começar a trabalhar essa hipótese [de impeachment]. Mas não me anima. Eu preferia que o presidente tomasse juízo, falasse tanto absurdo e fosse governar.”

“Quanto mais ele entra para atrapalhar, mais aumenta a vontade da sociedade e do Parlamento de fazer o impeachment para que ele pare de atrapalhar”, afirmou.

Ex-ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, Wagner disse que o governo Bolsonaro causa constrangimento para as Forças Armadas. “Eu tenho certeza que não [que os militares não aprovam o governo]. Você vê declarações de comandantes dizendo que a política não deve entrar nos quartéis. Quem mais sabe que ele é um mau profissional são as Forças Armadas. Ele foi expulso por não estar à altura de estar nas Forças Armadas. Para aqueles que prezam o verde oliva da farda do Exército, tenho certeza que não gostam do que estão vendo”, criticou. Foito e matéria, Bahia Noticias.