“Veias abertas…” – ‘Não irei comentar por questão de disciplina”, diz Mourão sobre absolvição de Pazuello

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que não irá comentar a absolvição do general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pelo Exército, por ter participado de um evento político ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O gesto se configura uma transgressão disciplinar.

>> Exército decide encerrar processo contra Pazuello por participação em ato político

À Folha de S.Paulo, Mourão afirmou que não comentará por uma questão disciplinar. “Não irei comentar por uma questão de disciplina intelectual, pois como general da reserva também sou subordinado ao Comandante do Exército brasileiro”, afirmou Mourão, ao ser questionado sobre a decisão.

No dia 24 de maio, o Exército decidiu abrir um processo administrativo contra o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello pela participação do ato no Rio de Janeiro com o presidente Jair Bolsonaro. Sem máscaras, eles provocaram aglomeração em um passeio de moto. 

Alguns dias após o evento público, Mourão se mostrou favorável a aplicação de uma punição a Eduardo Pazuello, alegando que isso evitaria “que a anarquia se instaure dentro das Forças Armadas”.

“A regra tem que ser aplicada para evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças. Assim como tem gente que é simpática ao governo, tem gente que não é”, disse Mourão.

A decisão de não punir Pazuello foi tomada pelo Comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e confirmada nesta quinta-feira, 3.

Através de nota oficial, o Exército alegou que “analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general. Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello”.

À Veja, o comandante do Exército negou qualquer influência do presidente Jair Bolsonaro na absolvição de Pazuello. Em breve resposta após ser questionado sobre uma possível interferência de Bolsonaro na decisão, o general respondeu que foi uma “decisão única e exclusiva do Cmt Ex [comandante do Exército]”. Foto Fabio Pozzebom – Matéria, A nTarde. Pré-titulo, aspeado (Veias abertas…), tvsaj.