Nomes em potencial para pleito em Salvador afirmam que prazo está se esgotando 

Robinson Almeida afirma que a colocação do seu nome não tem arrogância e representa um posicionamento da militância

Por Hieros Vasconcelos Rêgo

A escolha dos nomes que vão disputar o pleito municipal de Salvador continua movimentando os bastidores políticos e suscitando debates internos nas legendas. O dissenso a respeito da figura da esquerda que irá ter o apoio do PT para protagonizar a campanha em 2024, contra a predominância de 12 anos seguidos do grupo carlista na capital baiana, tem causado burburinho, mas fortalecido os argumentos de quem quer estar sob os holofotes nas eleições. Apesar das discordâncias, dois consensos são certos: o prazo está se esgotando e é preciso uma bancada unificada, porque a experiência com candidaturas pulverizadas não deu certo em 2020.

Enquanto corre os boatos de que o vice-governador Geraldo Junior deixa clara sua pretensão de ser candidato, levando como vice a petista Fabya Reis -  e  fazendo o PT acenar para a retirada do protagonismo -  o deputado estadual pela sigla e pré-candidato Robinson Almeida afirma que a colocação do seu nome não tem arrogância e  representa um posicionamento da militância.

 “O que eu sinto é algo totalmente diferente dessa tese. O PT reivindica a liderança junto com a federação porque é o polo mais representativo na base social. É natural que em cada cidade o grupo que tenha mais força política lidere o processo. E aqui em salvador é a federação, o PT quem tem essa expressão política, por isso nossa reivindicação vem sem nenhuma arrogância e posicionando o que é legítimo”, declarou.

Outro nome sempre em voga é o da deputada federal Lídice da Mata (PSB). Primeira prefeita de Salvador e primeira senadora da Bahia, a parlamentar vê com naturalidade toda a disputa pelo protagonismo da esquerda nas eleições de Salvador, mas acredita que está chegando a hora da decisão. “Temos que analisar todas as hipóteses. Não me nego (a ser candidata). Mas não me nego a apoiar alguém que tenha a capacidade de unir todos os partidos. O principal é derrotar o projeto político que está lá, porque esse nós consideramos que não atende a necessidade do povo de Salvador, de pensar uma cidade mais inclusiva, uma cidade em que o projeto essencial seja levar às pessoas o bem estar social.  Ainda não tivemos uma comissão de decisão fechada nisso no PSB. Vamos avançar, certamente, porque o prazo está se esgotando”, disse.

Questionada sobre o ‘burburinho’, em torno da candidatura de Geraldo Jr e a possibilidade de o PT figurar como vice, Lídice considera a disposição do emedebista legítima. “Geraldinho tem toda legitimidade para concorrer. Foi vereador por quatro mandatos, foi presidente da Câmara de Salvador, e, como presidente, rompeu com aquele projeto político para apoiar o nosso”. Segundo ela, o atual vice-governador teve uma participação importante no processo democrático. “Ele tem legitimidade”, pontua.

A deputada federal que soma 40 anos de experiência em cargos políticos, aceitará a composição do seu partido, principalmente da executiva nacional.  “Vamos discutir no diretório municipal do PSB, mas as eleições das principais cidades do Brasil tem que ser discutidas pela Executiva Nacional, o  que não impede o partido no estado de tomar uma posição inicial.  Temos aqui Silvio Humberto que está se colocando, como Zé Trindade se colocou antes. E como muitos companheiros do partido insistem em analisar a possibilidade da minha candidatura.  Ainda não tivemos uma comissão de decisão fechada nisso. Vamos avançar certamente porque o prazo está se esgotando”.

A comunista Olívia Santana foi pela mesma linha. Para a deputada estadual, já assumida como pré-candidata, as conversas devem avançar e o governador Jerônimo Rodrigues precisa entrar na jogada. “Não tem mais por que postergar essa decisão sobre o nome para Salvador. Porém, é preciso encontrar uma alternativa mais unificada de todo o bloco e não lançar candidaturas pulverizadas”, pontuou. Foto: AscomALBA/AgênciaALBA. Tribuna da Bahia.