Motociclista com viseira do capacete aberta pode ser um vetor de transmissão do coronavírus

Por ANTONIO MASCARENHAS

Diversas pesquisas estão sendo feitas para que possam ser demonstradas as diversas formas de transmissão do coronavírus, principalmente, em ambientes públicos, onde ocorrem maiores concentrações de pessoas, no dia a dia. 

A OMS (Organização Mundial de Saúde), Ministério da Saúde, governadores, prefeitos vêm recomendando o distanciamento social como medida preventiva para a paulatina diminuição de transmissão desse vírus, que nos diversos países, vem ceifando milhares de vidas. 

Transmissão que acontece seja no contado das mãos com corrimões, portas e diversas superfícies, seja através da inalação de gotículas projetadas pelo espirro e que acabam infectando pessoas próximas. Daí a recomendação para que haja um distanciamento mínimo de 1,5m entre as pessoas, paradas ou em movimentação normal. 

Acontece que, quando em movimento (caminhadas ao ar livre)  o espaçamento, conforme pesquisas já divulgadas, tem que ser maior (4 a 5 metros); nas corridas, pelo menos 10 metros; nas pedadas 20 metros; motociclistas, 20 a 30 metros, visto que o ar tende a impulsionar as gotículas para distâncias maiores.

MOTOCICLISTAS UTILIZANDO CAPACETES ABERTOS

Partindo dessa premissa, mesmo como leigo no assunto, suponho de que, motociclistas, no dia a dia, utilizando capacetes abertos, estão propensos a receberem “na cara” as gotículas expelidas pelos companheiros que possam estar transitando logo a frente, também, com capacetes abertos: um espirro dado,ou uma “cusparada” por qualquer um deles projeta as gotículas por um “rastro” de 10 a 30 metros, a depender da velocidade que estejam empreendendo no momento. 

“Mas o problema é que, claro, quando você se mexe é diferente. Quando você está pedalando ou andando na minha frente, e respira e se move, as gotículas se movem para trás de você, no que chamamos de ‘corrente de ar’. E, como as gotículas são muito leves, precisam de algum tempo para chegar ao chão. Mas, se eu estou correndo muito perto atrás de você, eu vou respirar e inalar a sua nuvem de gotículas”, alerta pesquisadores.

Por segurança, procuro, particularmente, pilotar minha moto, com distanciamento e, mais ainda, se possível, na diagonal (fora da faixa) de quem vai a frente.  O mais seguro seria a utilização, mesmo sob o capacete, de uma máscara. Trata-se, evidentemente, de uma convicção pessoal, no caso das motocicletas.”Prudência e canja de galinha não faz mal a ninguém”.  Se, por exemplo, o motoqueiro logo a sua frente espirrar e você fizer o mesmo, o que vier atrás de você recebe a dupla “rajada” de gotículas. É elementar. 

PRÁTICAS ESPORTIVAS

Antes dessas recomendações, eu, particularmente, vinha participando de babas de futsal dois dias da semana, à noite, no Clube dos 100, em S.A.Jesus-BA. Todas as atividades esportivas foram suspensas no Clube. Acontece que, próximo a minha casa, tem uma quadra esportiva onde poderia muito bem, estar pegando uns babas. Longe disso: estaria me submetendo a uma eventual infecção, caso alguém fosse portador do vírus. 

Assim como um evento simples como esse, os tradicionais babas em comunidades e os jogos de futebol nos diversos campeonatos nos diversos países e, o que é mais agravante, com participação de grandes públicos, em que as pessoas estariam bastante próximas.

PREVENÇÃO

Nesse momento em que, no Brasil, aumenta o número de novos infectados, é prudente que todos nós possamos contribuir para que essa praga possa, logo logo, ser erradicada, nos diversos rincões do planeta. Estados Unidos, Espanha, Itália, países do primeiro mundo, são,  nesse momento,  os  que vêm registrando maiores contingentes de infectados e, em consequência, mortes. Dinheiro, tecnologias, eles sempre tiveram. E por que estão nesse sofrimento. Simplesmente porque adotaram, de forma tardia, os procedimentos necessários para com a prevenção, dentre eles, isolamentos sociais.  

No Brasil, felizmente, governadores e prefeitos adotaram o mesmo tom no  que concerne a imperiosa necessidade de distanciamento social, materializado através de quarenta e confinamentos (para os comprovadamente infectados).

Não fosse isso, o país já teria entrado em colapso no que tange ao atendimento eficaz por parte da rede hospitalar (pública e privada), fragilizada pela falta de EPI, respiradores artificiais e medicamentos. E para piorar, os Estados Unidos fazendo o que fez, no momento em que “atravessou” a compra de respiradores adquiridos pelo Brasil, na China. 

Montagem, Antonio Mascarenhas, através de foto divulgação.