Terminou na manhã deste domingo (13), no Rio de Janeiro, o julgamento da ex-deputada federal Flordelis. Ela foi condenada a 50 anos de prisão pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Simone dos Santos Rodrigues, filha de Flordelis, também foi condenada e recebeu uma pena de 31 anos. A defesa da ex-deputada vai tentar anular o julgamento.
Aos olhos dos jurados, a mãe zelosa e dedicada é uma assassina cruel. Durante sete dias, a ex-deputada Flordelis chorou, demonstrou sinais de nervosismo. E na hora do veredito, a pedido da defesa, ficou longe das câmeras, numa sala ao lado do tribunal do júri, onde pode ouvir a sentença.
Ela foi condenada em todas as acusações: homicídio triplamente qualificado; tentativa de homicídio duplamente qualificado; associação criminosa armada e uso de documento falso.
A juíza Nearis Carvalho Arce somou as penas, totalizando 50 anos e 28 dias de reclusão. Na sentença, a juíza afirmou que Flordelis “planejou a execução brutal e fria da vítima, com diversos disparos”. Ainda, segundo a juíza, o crime foi uma “vingança vil e abjeta em razão de a vítima manter rigoroso controle das finanças do grupo familiar e administrar os conflitos da casa de forma rígida, não permitindo que houvesse tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a acusada, em detrimento dos outros membros da numerosa família”.
A família do Anderson do Carmo está satisfeita com a condenação da chefe da organização criminosa, pois, sem ela, sem atuação dela, o Anderson do Carmo não teria sido assassinado”, diz Angelo Máximo, advogado assistente de acusação.
O atual namorado de Flordelis foi aos prantos ao ouvir a sentença. O julgamento – que durou uma semana – mexeu com os nervos de uma família imensa que ficou dividida após o assassinato do pastor.
A filha biológica de Flordelis, Simone dos Santos, também foi condenada. Antes de a mãe casar com o pastor, Simone havia sido namorada dele. A Justiça inocentou os outros três réus: o filho afetivo da ex-deputada, André Luís Oliveira – que já foi marido de Simone; além da neta Rayane dos Santos – filha adotiva de Simone e André – e Marzy Teixeira, outra filha afetiva de Flordelis.
Os advogados de defesa querem pedir a anulação do júri.
“São duas nulidades bem claras, que é a utilização pelo Ministério Público de um documento que não estava no processo, que a defesa não teve acesso. O segundo foi que o assistente de acusação fez menção ao silêncio dos acusados em prejuízo deles, o que tecnicamente é uma nulidade que está prevista no Código do Processo Penal”, diz Rodrigo Faucz, advogado de defesa.
O Ministério Público nega qualquer erro.
O crime em família teve outros dois julgamentos em novembro de 2021 e em abril de 2022. Quatro filhos já foram condenados. Entre eles, estão Flávio dos Santos, que fez os disparos que matou o pastor, e Lucas dos Santos, que comprou a arma.
A pastora, cantora gospel, parlamentar cassada que esbravejava nas redes sociais sobre o crime voltou para o presídio onde já estava há mais de um ano.
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