Após seis anos de hiato, o Festival Maré de Março retorna para a sua quinta edição, trazendo uma programação de dez espetáculos circenses/teatrais, que vão se apropriar dos espaços públicos de Salvador. O principal objetivo do festival é democratizar o espaço público como provedor de entretenimento e reflexão.
“Há poucos festivais que se dedicam exclusivamente ao teatro de rua, pelo desafio natural que é realizá-lo em locais públicos ou não convencionais. No entanto, é bastante importante que tenhamos festivais como esse, promovendo a arte de rua, uma arte acessível para todo mundo. Qualquer um pode assistir gratuitamente e, mesmo que a pessoa não se dirija até o local com o intuito de assistir, ela pode ser capturada pelo espetáculo”, explica Gordo Neto, um dos diretores do festival.
Programação – O festival conta com uma programação presencial a partir desta terça-feira (19) até domingo (24), tendo a Casa Preta Espaço de Cultura como sede oficial. O espaço receberá a exibição do documentário “Um Filme Sem Fim”, na quarta-feira (20), às 16h; a estreia da obra “Museu do Que Somos”, do Corre Coletivo Cênico, na quinta-feira (21); e a encenação “Das ‘Coisa’ Dessa Vida…”, de Ricardo Fagundes, na sexta-feira (22), ambas a partir das 19h.
Ainda na Casa Preta, no sábado (23), também a partir das 19h, serão apresentadas as performances musicais “Violeta Parra – Uma Atuadora” e “Mais um Gol de Cabeça”, dos compositores gaúchos Tânia Farias, Mário Falcão, Johann Alex de Souza e Carlos Eduardo Falcão. No domingo (24), às 17h, ocorre a dramaturgia “Histórias do Mundão”, do coletivo Atelier Cultural.
A programação se expande por outros locais de Salvador. Na terça-feira (19), às 19h, no Largo do Cruzeiro de São Francisco, ocorre o espetáculo natalense dos grupos Clowns de Shakespeare e Facetas e Asavessa, “Ubu: o que é bom tem que continuar!”, adaptação da clássica peça Ubu Rei, de Alfred Jarry. Na quarta-feira (20), às 19h, a Praça Municipal recebe o espetáculo “Borépetei”, do Teatro Popular de Ilhéus. Às 10h, na Casa Rosa, haverá um encontro de curadores, reunindo com grupos e artistas que queiram apresentar suas propostas aos festivais. A inscrição é gratuita e realizada através do formulário.
Na quinta-feira (21), das 16h às 18h, na Biblioteca Central do Estado da Bahia, será inaugurada a “Biblioteca de Dança”, uma instalação coreográfica onde artistas transformam seus corpos em livros vivos. No sábado (23), às 16h, no Largo de Santo Antônio, será apresentado o espetáculo “Rominho e Marieta”, dirigido por Letícia Aranha.
Na sexta-feira (22), às 18h, Pauline Zoé apresentará uma performance solo de Roda Cyr, no Farol da Barra. O mesmo artista finaliza a programação do festival, no domingo (24), às 16h, na Praça do Campo Grande, trazendo uma performance de duração maior, denominada “Esfera”, explorando outras modalidades circenses.
Todas as apresentações contarão com visita guiada sensorial e com descrição detalhada dos aspectos visuais para atender às necessidades específicas das pessoas com necessidades visuais, além da presença de um intérprete de Libras e um acompanhante terapêutico para facilitar o trato de pessoas com dificuldades psicossociais e motoras. A programação completa pode ser encontrada também no site https:// https://festivalmaredemarco.com.br/.
História – O Festival Maré de Março teve sua primeira edição em 2013, realizada sem apoio financeiro. Já a segunda edição, em 2015, por meio de edital público da Prefeitura de Salvador, contou com uma programação composta por 10 espetáculos participantes, entre eles uma atração internacional.
Em 2016, o festival aconteceu em diversos bairros da cidade, contou com seis shows, sete espetáculos teatrais, uma mostra, uma oficina, além de um debate, e foi realizado por meio de apoio e parcerias com grupos, espaços alternativos, artistas e técnicos. A quarta e última edição ocorreu em 2017.
Em 2024, o Festival Maré de Março – Ano V foi contemplado pelo edital Gregórios – Ano III, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Prefeitura de Salvador, e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal.