Dom Queijo realiza, nessa sexta, a partir das 20h, a Festa das Antigas, em Dom Macedo Costa

A DOM QUEIJO, empresa especializada na fabricação de queijos, charque e que mantém, em área contígua,  um restaurante  é, inexoravelmente, uma iniciativa empreendedora que, deveras, serve de exemplo não apenas para a região, mas, convenhamos, à toda Bahia. 

ASAS AO EMPREENDEDORISMO

Dando asas a esse ímpeto empreendedorístico, o empresário Leonardo Mello anuncia, para essa sexta-feira, 08, a partir das 20h, a realização da 1a. FESTA DAS ANTIGAS, na sua propriedade, sediada na Estrada da Boa Sorte, zona rural de Dom Macedo Costa. O evento contará com show ao vivo, num ambiente familiar e  bucólico.

COMO TUDO COMEÇOU 

Leonardo Mello, 41 anos, produtor de queijo em Dom Macedo Costa, foi o primeiro agricultor familiar do município a receber o Selo de Inspeção Municipal (SIM) na sua cidade. Ele virou notícia na cidade por essa ao criar o “Tudo começou quando meu pai, Edivaldo Cerqueira, comprou uma fazenda há 45 anos. Desde criança comecei a ter meus primeiros contatos com a ordenha. Depois ele não viu futuro no leite e partiu pro gado de corte. Fiquei com sentimento triste quando paramos de tirar leite, tenho excelentes memórias dessa época” disse Leonardo.     

“O queijo mais vendido sempre será o Queijo feito com capricho. FOTO: Leonardo Mello/Acervo Pessoal

Seu projeto, já em funcionamento, é manter um local turístico para receber pessoas. “Tomar um café, comer um queijo em um ambiente rústico e gostoso… A fazenda é bonita, à beira do rio Jaguaripe. O rio sempre nos alimentou, com o que tinha a oferecer, acredito muito na força do queijo nessa região” conta ele.

Percurso: a lembrança de fazer queijo que não foi esquecida

Em 2011, Leonardo morava em Salvador e decidiu voltar para o interior. “Fiz um curso de queijo e comecei a fabricar. Empolguei, montei um laticionizinho na cidade, 1000 l dia aproximadamente. Não obtive êxito, não tinha valor agregado em queijos como mozzarella e coalho. Isso consumiu meu capital de giro e para completar em 2013 teve uma seca muito grande, o leite diminui, desanimei, fechei, voltei triste pra Salvador.

Mas não quis vender os equipamentos, por vontade de voltar a mexer com queijo um dia. Continuei como produtor de carne, me levantei financeiramente, tenho industria de charque aqui na fazenda, vivo disso. Na carne ganho dinheiro e no queijo sou feliz! Em breve quero que o queijo supere a carne em questão de viabilidade. Ganhar dinheiro e ser feliz!

Há dois anos Leonardo ouviu falar de queijos artesanais: “peguei minha mãe, a esposa, as filhas, fui conhecer a turma da Canastra, do Serro, tive excelentes diálogos com o professor Cleube Boari de Diamantina, especialista em queijos. Isso foi despertando em mim, reacendendo aquela chama, queijo é muita muito emoção e quando eu boto uma paixão na cabeça ninguém tira mais›› confessa ele. Imagem: Sala de ordenha ao lado da queijaria. FOTO: Leonardo Mello/Acervo Pessoal

 

A volta foi para uma produção menor foi mais simples. Ele buscou o serviço de inspeção municipal em 2019 e semana passada, um ano depois, conseguiu receber a certificação. “Transformo o leite da fazenda, 80 l, de dez vacas, mais 90 l do vizinho. Estou quebrando a cabeça na maturação, mas vou esperar, ter paciência, vou chegar no melhor coalho curado da região, respeitar o tempo do queijo e aumentar a produção. Conheci a associação SerTãoBras e comprei o Guia de Cura de Queijos, ajuda muito“. Imagem: Leonardo com sua mãe e sua filha em visita ao Serro, Minas Gerais. FOTO: Leonardo Mello/Acervo Pessoal

A queijaria tem 49 m² e capacidade para transformar 500 l de leite por dia. Antes, Leonardo comercializava o leite in natura, a R$1 o litro. O queijo permite valorizar o leite no mínimo 4 vezes , se vendido fresco, e até 7 vezes mais se vendido curado e com valor agregado.Imagem: Queijaria dentro das normas: queijo seguro para o consumidor. FOTO: Leonardo Mello/Acervo Pessoal. 

Andar a cavalo é uma das atrações turísticas da fazenda. FOTO: Leonardo Mello/Acervo Pessoal. Todas imagens, arquivo Leonardo Melo.