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Bahia teve 126 mil sinistros com motos em dez anos

Entre 2009 e 2018, a Bahia registrou um crescimento de 189% de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT por acidentes envolvendo motocicletas e ciclomotores. Nos dez anos, o estado somou mais de 126 mil sinistros, ocupando o nono lugar no ranking de pagamentos por unidade federativa. Os dados foram apresentados através de pesquisa realizada pela seguradora Líder. Ao analisar estes números o superintendente de operações da seguradora, Arthur Froes, alerta que é preciso investir em políticas públicas.

 “É importante chamar a  atenção para o aumento de 122,9% da quantidade de motos e ciclomotores em circulação na Bahia entre 2009 e 2018. O cenário mostra, portanto, a necessidade de investir em políticas públicas que ajudem na prevenção das ocorrências, uma vez que a circulação dos veículos de duas rodas tem aumentado no estado. É fundamental a intensificação da fiscalização nas vias, e a conscientização sobre o uso dos equipamentos de segurança e o respeito às leis de trânsito.”

As estatísticas apontam em 2009 , para um total de 918 mortes , 2.323 pessoas  invalidas por acidente e 4.179 que receberam reembolso de despesas médicas e suplementares (DAMS). Já em 2018 estes números passaram para 1. 456 mortes, 8.079 acidentes com invalidez e 2.580 DAMS.

Em Salvador , em 2018 foram 22 mortes e 1.278 acidentados, este ano até o mês de julho foram 27 mortes com 1254 acidentados. O superintendente da Transalvador Fabrizzio Müller diz que “nós da Transalvador já ascendemos nosso sinal de alerta. Está ocorrendo essa crescente de mortes e acidentes em todo o país envolvendo motocicletas. Hoje temos muitas contratações sem levar em consideração como e quem está sendo contratado, pelos Apps, esses aplicativos que fazem entregas. Por vezes temos motoristas que passam em sinal vermelho, não respeitam o limite de velocidade e isso é perigoso tanto para quem dirige como  para o pedestre que fica vulnerável.”

Para tentar reduzir essa crescente de mortes e acidentes com motocicletas a Transalvador lançou o programa “Vivo na Moto”, com palestras e ações de conscientização para quem dirige moto “além  disso neste segundo semestre vamos lançar uma campanha educativa com cartazes, publicidade e outdoor .”

Em todo o Brasil os números são alarmantes. Nos últimos dez anos, o seguro DPVAT pagou 3,2 milhões de indenizações às vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas e ciclomotores. Deste total, quase 200 mil pessoas morreram nas ocorrências indenizadas. Outros 2,5 milhões de benefícios foram para vítimas que ficaram com algum tipo de invalidez permanente.

Perfil das vítimas

Os motociclistas são os mais atingidos nos acidentes com motocicletas e ciclomotores eles representam 71% do total de benefícios pagos por ocorrências com motos no período. A maioria dos condutores (75%) ficou com algum tipo de sequela definitiva após o acidente, concentrando mais de 1,7 milhões de pagamentos de seguros. Se comparado o ano de 2009 com o de 2018, houve um aumento de 125% nos casos de invalidez permanente entre condutores.

Os pedestres são o segundo tipo de vítima que mais corre risco nos acidentes com motocicletas e ciclomotores. Em dez anos, foram pagas mais de 493 mil indenizações a pessoas que se deslocavam a pé no momento da ocorrência. Após ser atingida por uma moto ou ciclomotor, a maioria também ficou com algum tipo de sequela definitiva: foram mais de 417 mil sinistros pagos a pedestres vítimas de invalidez permanente no período. Entre 2009 e 2018, o aumento foi de 254%.

As estatísticas por idade seguem o mesmo comportamento. Há dez anos, os jovens de 18 a 34 anos já eram a maioria atingida, com mais de 92 mil benefícios pagos. Só no ano passado, foram 130.365 indenizações pagas para esta faixa etária.

Apesar de representarem apenas 27% da frota nacional, o crescimento do número de motocicletas e ciclomotores no país, nos últimos dez anos, foi de 81,6%. Para Arthur Froes,  o cenário indica uma realidade mais preocupante “a moto é um veículo que mais mata no trânsito brasileiro. Isso é consequência, principalmente, da imprudência. Muitos não usam capacete e outros equipamentos de segurança ao usarem esses veículos. É fundamental que os condutores saiam das autoescolas conscientes da importância da utilização dos itens de segurança e dos perigos de se misturar álcool e direção, bem como do respeito à sinalização.”

O Seguro DPVAT é reconhecido como um relevante instrumento de proteção social dos mais de 208 milhões de brasileiros, oferecendo cobertura abrangente para todas as vítimas de acidentes de trânsito registrados em território nacional. A proteção é assegurada por um período de até 3 anos dentro das três coberturas previstas em lei: morte, com indenização de R$ 13.500; invalidez permanente, com indenização de até R$ 13.500, sendo o valor estabelecido de acordo com o local e intensidade da sequela; e reembolso de despesas médicas e suplementares (DAMS), com valor que pode chegar a R$ 2.700.

O eletricista Renan Rocha, matou acidentalmente, um motoqueiro no acostamento de uma estrada em 2010 e até o ano passado pagava um salário mínimo para o filho da vítima, que era menor “foi uma lição dura, mas aprendi que é preciso estar atento, porém lembro que estava escuro e sem sinalização. Motos e bicicletas precisam estar iluminadas.”

Jonas Santana trabalha na Rappi e se queixa do uso de celular “os motoristas de carro estão sempre ligados no celular. Ficam sem atenção e fecham a gente, semana passada  perdemos um colega na orla por conta disso.” Felipe Costa é colega de Jonas e argumenta que “como os motoristas de carro são muito ligados ao celular, muitas vezes batem na traseira das motos causando acidentes. Em três meses já sofri várias batidas.”

Mas a professora de educação física Eliane Masina diz “eles, os motoqueiros não usam capacete, não usam sinalização, estão sempre correndo e com pressa e acabam cometendo acidentes, muitas vezes com vítimas fatais.”Tda Bahia

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