A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ilha de Maré, um dos três territórios insulares da capital baiana, já atendeu cerca de 3 mil pacientes desde fevereiro, quando foi entregue à população. Antes da unidade, o atendimento aos moradores da região era realizado no continente, em locais como Madre de Deus e São Tomé de Paripe.
Darlane Meira, médico atuante na localidade antes mesmo da inauguração da unidade, celebra os benefícios para a comunidade. “Foi um ganho enorme para a comunidade ter essa unidade 24 horas. Antes, teriam que ir de barco até o continente, o que muitas vezes demorava o atendimento. Desde que o atendimento passou a funcionar em regime de 24 horas, o ganho foi muito grande, pois mudou completamente o desfecho dos problemas de saúde dos cidadãos”, afirmou.
Enfermeira Coordenadora da UPA Ilha de Maré, Priscila Santana está na unidade desde sua inauguração, em fevereiro deste ano. “Essa unidade era um desejo antigo da população, que precisava se deslocar até o continente em busca de atendimento. Foi uma grande conquista para os moradores da Ilha, que só contava com uma Unidade de Saúde da Família (USF) que, depois das 18h, parava de atender. E muitos deles nem sempre tinham a condição de realizar a travessia, fosse pelas condições do tempo ou pela situação financeira. É uma satisfação poder prestar assistência a eles, que abraçaram a unidade, e sempre falam da importância de ter o pronto atendimento funcionando 24h, com equipe bem completa, poder realizar exames, reabilitando pessoas, além da satisfação e gratidão de poder ajudar a comunidade”, disse.
Atualmente, a UPA de Ilha de Maré conta com 10 enfermeiros, 10 técnicos de enfermagem, 6 assistentes administrativos, 6 profissionais nos serviços gerais, quatro maqueiros, mais quatro profissionais no setor de farmácia, oito agentes de portaria, sete técnicos de radiologia, além dos médicos e da coordenadora geral.
Quanto à estrutura, a unidade conta com atendimentos de urgência e emergência, ortopedia, síndromes gripais, sutura, lesões de pele, raio-x, ecocardiograma, sala de medicação, consultório médico adulto e pediátrico, farmácia e ultrassonografia, dentre outros.
Para Everton Lima, 36, enfermeiro da unidade que mora em Salvador e cumpre diariamente o deslocamento entre os terminais, prestar serviço de qualidade à população quilombola da ilha é uma grande experiência. “Trabalhar na Ilha é uma realidade diferente daquilo que eu vivia no continente. É uma forma de atender de forma humanizada e com qualidade essas pessoas, que tinham essa necessidade de um serviço de saúde com a qualidade que a UPA oferece. Nossa missão é ajudar o próximo, ajudar quem realmente precisa, muitas vezes conseguindo reabilitar essas pessoas, isso é uma grande vitória”, afirma.
Nascida e criada na comunidade, a assistente administrativa Leane Neves tem 31 anos e vê a inauguração da UPA como diferencial no atendimento de saúde para os moradores. “Antes da unidade, a situação era complicada. Hoje as pessoas sabem onde devem ir quando acontece algum imprevisto, e os casos são resolvidos nessa unidade, com atendimento humanizado e de qualidade”, disse.
Texto: Eduardo Santos e Ana Virgínia Vilalva/ Secom PMS