Um tribunal do Paquistão proibiu a prática de testes de virgindade em vítimas de estupro em uma decisão histórica que foi comemorada por organizações de defesa das mulheres. O Tribunal Superior de Lahore considerou que os exames, conduzidos por médicos legistas em casos de abuso sexual em todo o país, são invasivos e representam uma violação da privacidade da mulher.
“A prática é humilhante e serve para lançar suspeitas sobre a vítima em vez de focar no criminoso e na violência sexual”, afirmou a juíza Ayesha A. Malik. Ela determinou a suspensão imediata dos testes e ordenou que as autoridades desenvolvam novos protocolos nas investigações de estupro.
A legislação do Paquistão não determina que as vítimas sejam submetidas a tais testes, mas a prática naquele país era muito comum. Os médicos legistas, que nem sempre eram mulheres, examinavam as mulheres inserindo dois dedos na vagina das vítimas como forma de avaliar o hímen.
Tais exames, no entanto, não possuem embasamento científico e ainda aprofundam o trauma vivido pelas vítimas, conforme deixou claro um relatório das Nações Unidas publicado em 2018.
Ainda segundo o documento, os testes de virgindade são amplamente praticados em pelo menos 20 países em todo o mundo.Getty Images). Globo/Vogue.