O professor de Língua Inglesa, João Luiz Costa, conhecido carinhosamente por John, ganhou o prêmio Destaque Educação 2021, na categoria Inovação na Rede Pública. A premiação, que faz parte do evento Educa Week, criado com o objetivo de discutir, prioritariamente, os desafios da Educação Básica, foi idealizada para identificar e reconhecer experiências de sucesso na área, dando visibilidade a iniciativas de professores, coordenadores e diretores que promovem melhoria no aprendizado e na vida da comunidade escolar. Em sua terceira edição, o prêmio reconheceu experiência que exercitam o tema “O olhar inovador para as demandas educacionais”.
João Luiz, que é professor da rede estadual há três anos e leciona no Colégio Estadual Edith Machado Boaventura, em Feira de Santana, venceu na categoria “Inovação”, com o projeto “Encontro intercultural”, que vem sendo realizado virtualmente devido às restrições da pandemia da Covid-19. O projeto, iniciado em 2020, consiste em reunir estrangeiros de mais de 15 países diferentes para conversar com os estudantes da rede pública de ensino da Bahia. Em 2021, a atividade pedagógica aconteceu no mês de julho, com transmissão pelo YouTube para estudantes da rede pública de todo o Estado.
“Fico muito feliz em representar a Bahia nesta premiação, dando destaque à cidade de Feira de Santana em uma premiação nacional. Apesar das adversidades que enfrentamos, todos nós, professores, fizemos o nosso melhor para que a educação não parasse e buscamos maneiras de nos reinventar. Agradeço muito ao apoio dos meus colegas professores. Espero que esta premiação motive nossos estudantes baianos e também outros professores da rede”, afirmou o professor, que foi premiado com uma bolsa integral no curso “O professor na era digital”, do Institute of Technology and Education (ITEDUC).
Sobre João Luiz Costa – Ter um reconhecimento nacional não foi um sonho distante para o menino que vislumbrou desde cedo a sua vocação de ensinar. Quando criança, o professor João conta que sentava em um sofá com um caderno aberto apoiado na parede e os ursos de pelúcia, brinquedos e miniaturas ao seu redor. E estes eram seus alunos imaginários. “Embora seja difícil uma criança escolher a docência como a sua profissão, nunca tive dúvidas: seria professor e durante todos os passos da minha vida fui em direção a esse projeto de vida. Meus pais sempre me incentivaram à leitura, permitindo que eu estivesse rodeado de livros e histórias, o que foi muito importante para que eu pudesse desenvolver a minha imaginação”, afirmou.
E foi ainda pequeno que o professor João começou seu envolvimento com a arte literária. “Eu queria escrever as minhas próprias narrativas, de modo que comecei a criar histórias que eram lidas por meus amigos, familiares e colegas de escola. Em períodos difíceis para uma criança, como a separação dos meus pais, a leitura e a escrita se tornaram um refúgio seguro e reconfortante”, lembra João.
No final do Ensino Médio, ele decidiu que seria professor de Inglês. Aos 17 anos, foi aprovado no Curso de Licenciatura de Letras com Inglês, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Aos 18 anos, começou a ensinar Inglês como bolsista em um programa de extensão da UEFS, que oferecia curso de inglês para a comunidade. No ano seguinte, tornou-se professor em duas escolas particulares, em um curso de idiomas e em pré-vestibular.
Após finalizar a graduação, em 2014, o professor de 28 anos, não parou com os estudos e fez especialização em Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa, pela Universidade Internacional (UNINTER) e, atualmente, está fazendo mestrado em Educação e Contemporaneidade, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), sendo membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Multiletramentos, Educação e Tecnologias
(GEPLET) da instituição.
Para ele, este contato com os estudantes representa um processo contínuo de aprendizagens recíprocas. “Conhecer o chão da sala, no dia a dia, me proporcionou experiências que foram muito importantes para a minha formação docente, indo além da teoria vista na universidade. Como diz Paulo Freire, a prática é a ferramenta do fazer aprendendo e aprender fazendo. Sempre observador e muito curioso, fui descobrindo o que significava ser um educador”.
Reportagem: Pedro Moraes ASCOM-SEC