Por Luiz Guilherme Gerbelli
O Brasil pode colher um valor recorde com a exportação de petróleo bruto neste ano. Em um cenário de produção crescente, a expectativa é a de que o produto seguirá ainda mais relevante na balança comercial brasileira nos próximos anos, o que deve contribuir ― e muito ― para os números do setor externo do País.
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta que, em 2024, as vendas do petróleo podem somar US$ 43,575 bilhões. Até então, o melhor desempenho obtido com a exportação de petróleo foi observado em 2022, quando o País vendeu US$ 42,553 bilhões. Em 2023, o resultado foi muito parecido: US$ 42,539 bilhões.
“A exportação de petróleo está crescendo em termos de quantidade. Há um aumento todo ano”, afirma José Augusto de Castro, presidente executivo da AEB. Nas projeções da associação, a exportação do produto atingirá 83 milhões de toneladas, acima das 81 milhões de toneladas apuradas em 2023.
As previsões da AEB foram feitas no fim do ano passado e, claro, podem ser alteradas ao longo de 2024. O preço do petróleo pode ser impactado, por exemplo, por alguma questão geopolítica que hoje nem sequer está no radar dos analistas e pelo desempenho da economia global.
O preço do barril de petróleo tipo Brent chegou a ser cotado por volta de US$ 95 logo após o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, no início de outubro. Mas recuou desde então: na sexta-feira, 19, o barril fechou cotado a US$ 78,73.
Nos últimos anos, a exportação de petróleo assumiu um papel relevante na balança comercial, rivalizando com a soja e o minério de ferro, dois dos principais itens da pauta brasileira. A expectativa é que esse protagonismo do petróleo se consolide nos próximos anos, diante da perspectiva de forte aumento da produção até 2030, quando a extração do pré-sal deve começar a perder força.
“Daqui até lá, o Brasil terá uma curva ascendente de produção de petróleo, o que significa que o petróleo vai ser sempre o item mais importante ou o segundo mais importante da balança comercial”, afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Os especialistas explicam que, como o Brasil tem uma produção em alta e uma capacidade de refino limitada, o excedente produzido acaba sendo exportado. “Nos últimos anos, falamos de uma taxa de 50% do que é produzido que acaba sendo escoado para o exterior”, diz Jankiel Santos, economista do banco Santander. Foto: REUTERS/Bruno Domingos/File Photo. Fonte: Agência estado. Tribuna da Bahia.