Por Delger Erdenesanaa
As mudanças climáticas continuam a ter um impacto agravado na saúde e na mortalidade em todo o mundo, de acordo com um relatório publicado anteontem, por uma equipe internacional de 114 pesquisadores.
Uma das descobertas mais contundentes é que as mortes relacionadas com o calor de pessoas com mais de 65 anos aumentaram 85% desde a década de 1990, de acordo com modelos que incorporam alterações demográficas e de temperatura. As pessoas nesta faixa etária, juntamente com os bebês, são especialmente vulneráveis a riscos para a saúde, como a insolação.
O relatório, publicado na renomada revista científica The Lancet, também rastreou a perda estimada de renda e a insegurança alimentar.
Globalmente, a exposição ao calor extremo e as consequentes perdas de produtividade ou incapacidade de trabalhar podem ter levado a perdas de rendimento tão elevadas como U$ 863 milhões em 2022. E, em 2021, estima-se que mais 127 milhões de pessoas sofreram de insegurança alimentar moderada ou grave ligada a ondas de calor e secas, em comparação com o período de 1981 a 2010.
“Perdemos anos muito preciosos de ação climática e isso teve um custo enorme para a saúde”, disse Marina Romanello, pesquisadora da University College London e diretora executiva do relatório, conhecido como The Lancet Countdown. “A perda de vidas e o impacto que as pessoas experimentam são irreversíveis.”
Os indicadores de saúde pública acompanhados no relatório, em geral, diminuíram ao longo dos nove anos em que os investigadores produziram edições da avaliação.
A análise também examinou os resultados de saúde para países individualmente, incluindo os Estados Unidos. As mortes relacionadas com o calor de adultos com 65 anos ou mais aumentaram 88% entre 2018 e 2022, em comparação com 2000 a 2004. Estima-se que 23.200 americanos mais velhos morreram em 2022 devido à exposição ao calor extremo. Foto: Romildo de Jesus. Fonte: Agência estado. Tribuna da Bahia.