quinta-feira, novembro 21, 2024
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Lojas menores instaladas em grandes centros comerciais agregam clientes

Muito comum no exterior, o conceito de store in store – uma loja dentro de outra loja – tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil. Um dos grandes atrativos desse modelo de negócio está em aproveitar melhor o espaço das grandes lojas, aumentar o mix de serviços oferecidos e, consequentemente, o fluxo de clientes, que cada vez mais procura a comodidade de encontrar em um único lugar o máximo de coisas a fazer em sua lista de afazeres.

“O cliente não tem interesse em ficar pipocando de um lado para outro”, esclarece o professor e consultor Sérgio Almeida. O empresário deve estar onde o público está, por essa razão é preciso conhecer bem os serviços oferecidos pela loja na qual você deseja instalar seu empreendimento. A correlação entre ambos os serviços é a chave para que o objetivo básico desse conceito de loja funcione: fazer com que os clientes sigam até o local com a intenção de consumir os serviços de ambas as lojas.

Foi com esse pensamento de atrair clientes que o administrador Frederico Alcântara Wanderley, dono da Fábrica do Sono, inaugurou há seis meses uma de suas lojas na Ferreira Costa Home Center, na Av. Paralela. “Uma boa analogia para explicar como funciona esse conceito é se pensarmos na Ferreira Costa como um tubarão e nós, as lojas agregadas a ela, como as rêmoras que ficam grudadas no corpo dele se alimentando do que eles se alimentam”.

A primeira Fábrica do Sono foi aberta em 2010 a partir de um sonho de Frederico, que, depois de trabalhar por 10 anos na fábrica da Ortobom, queria ter a própria loja de colchões. E que ela vendesse produtos de variadas marcas. Hoje com 13 lojas espalhadas por Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, ele conta que escolheu a Ferreira Costa para instalar sua primeira loja sob o conceito de store in store por considerá-la um referencial na cidade no segmento de material de construção e decoração.

“E colchão novo tem tudo a ver com reforma e casa nova. Então observei o perfil dos clientes que frequentavam para ter certeza de que esse público consumidor estava alinhado com minhas expectativas”, ele explica. A única desvantagem que Frederico encontra nesse modelo é o giro da mercadoria e a ausência de depósito no local. Por se tratar de um espaço menor, ele conta que acaba tendo custo extra para armazenar os produtos.

Falta de espaço não é o problema na PetShop e Clínica Veterinária de Daise Carneiro. Médica veterinária e proprietária da Hiperpet, localizada no Sam’s Club, a principal dificuldade que Daise enfrenta é a falta de visibilidade de seu negócio por causa da localização. “Em compensação, por estarmos no espaço de um supermercado que funciona como um clube exclusivo, atendemos um público bem específico e relativamente fiel”.

A Hiperpet foi fundada em 2008, quando a petshop que estava ali antes fechou. Querendo abrir um negócio próprio, Daise aproveitou a oportunidade para inaugurar seu empreendimento. Para ela, uma das mais importantes vantagens em ter uma petshop usando o conceito de store in store é a segurança da localização.

O consultor Sérgio Almeida ressalta que esse pensamento não é apenas do empresário, mas também do cliente. “Ficar isolado ou exposto demais não é bom para a segurança e muito menos para os negócios, afinal os clientes não vão querer ir até um local que consideram perigoso se puderem evitar”, explica.

Busca do consumidor

O consumidor busca conveniência, afirma Sérgio. Busca alternativas que facilitem ao máximo o seu dia. Se para o cliente é vantajoso encontrar lojas diferentes em um mesmo local, para o empresário essa é uma vantagem ainda maior. “É uma espécie de âncora, tanto para a loja maior, quanto a menor, já que ambas possuem público cativo circulante”. E de público cativo Roberto Morais entende bastante.

Gestor da Livraria LDM no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, Roberto explica que o público que a livraria atrai para o cinema casa muito bem com o público que o cinema atrai para a LDM. A composição do espaço, com o café próximo, e as acomodações onde os clientes podem conversar e aguardar sua sessão começar se tornou o espaço ideal para instalar uma LDM, bem quando uma outra na região estava sendo fechada.

Apesar da desvantagem de só poder abrir dentro do restrito horário em que o cinema funciona, Roberto conta que o público, mesmo sendo bastante específico, possui um grande fluxo. “É um público voltado mais para livros de artes, cultura, filosofia e ciências políticas, por exemplo. E esses são os livros que mais vendemos. A LDM funciona bem aqui porque agregamos valor ao cinema e vice-versa”. *Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló.Priscila Dórea* | Foto: Rafael Martins | Ag. A TARDEA Tarde. 

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