O governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT) planeja trocar quase todo o secretariado que hoje compõe o governo de Rui Costa (PT). Em entrevista ao Bahia Notícias nesta segunda-feira (31), o futuro gestor estadual confessou que não vai manter os mesmos secretários da atual administração.
“É um novo governo. Não é porque a gente é do mesmo grupo político de Rui, que a gente vai manter tudo. A gente não vai manter os mesmos secretários. É natural que a gente atualize, modernize, até para a gente fazer um avanço nas políticas públicas. Nós estamos no quinto mandato, nós do PT, com os partidos aliados, aqui na Bahia. Se a gente não fizer uma renovação, não dinamizar nossas ações, a gente fica para trás”, afirmou o governador eleito.
Na entrevista, Jerônimo não revelou quais nomes devem ficar ou devem sair. Entretanto, fontes do Bahia Notícias ligadas à gestão estadual afirmaram que a tendência é que quase todos os atuais secretários devem deixar a gestão. As exceções seriam os titulares da Secretaria da Administração do Estado da Bahia (SAEB), Edelvino Góes Filho; e da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz-BA), Manoel Vitório.
Vitório também foi questionado pelo BN nesta segunda-feira sobre qual deve ser o futuro dele. O secretário estadual da Fazenda disse ainda não ter conversado com Jerônimo sobre o assunto. Porém, interlocutores próximos ao governo da Bahia afirmam que o titular da Sefaz-BA só não estará no futuro governo se encontrar uma oportunidade em outro espaço da administração pública.
Nos bastidores, comenta-se que Vitório poderia ser levado ao governo federal pelo senador Jaques Wagner (PT) e pelo governador Rui Costa. O atual secretário ocuparia um cargo na diretoria no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro; ou no Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Fortaleza. Ao BN, ele não negou nem confirmou as informações, dizendo apenas não saber qual será seu futuro.
Apesar de Jerônimo não ter confirmado nomes, é dada como praticamente certa na equipe a presença de Adolpho Loyola, petista que integrou a coordenação da campanha vitoriosa nas eleições deste ano. Ao lado do presidente do PT-BA – Éden Valadares – e do assessor Lucas Reis, ele integrou um trio que ficou conhecido, durante as eleições deste ano, como “menudos”.
Muito próximo de Jerônimo durante a campanha, Adolpho Loyola é cotado para ser o chefe de gabinete do governador na próxima gestão.
O ex-deputado federal Luiz Caetano (PT), que também integrou a coordenação de campanha de Jerônimo, é outro nome cotado para ficar. Bem relacionado com Rui, com Wagner e com o governador eleito, há possibilidade dele retornar à Secretaria das Relações Institucionais para o novo governo.
No mais, a tendência é que Jerônimo renove totalmente o secretariado, inclusive dando preferência para quadros políticos mais jovens. Os partidos aliados do governo devem indicar nomes, que passarão por um filtro do governador eleito.
“Respeitarei naturalmente as indicações dos partidos políticos, mas dentro de um perfil que possa trazer para a gente um conforto. Que o partido indique, mas com um perfil que a gente saiba que vai dar conta das funções. E eu tratarei todas as secretarias com a mesma delicadeza que um governo exige”, disse Jerônimo.Imagem divulgação. Bahia Noticias.