Por ANTONIO MASCARENHAS
A crise que envolve a contenção do coronavírus em todos os países tem levado as populações, não apenas à reflexão diante da necessidade de adoção de hábitos preservacionistas. Mais que isso: ações compartilhadas que, deveras, possam conter o avanço dessa chaga que vem ceifando milhares de vidas nos diversos rincões do planeta.
Em diversos países, a adoção de procedimentos preventivos aconteceram de forma tardia, a exemplo da Itália e Espanha que, hoje, encabeçam, no ocidente, as estatísticas de mortes desencadeadas pelo coronavírus. Países que já tinham conhecimento do que vinha acontecendo na China, onde tudo começou.
Na América do Norte, os Estados unidos contabilizam mais de 70.000 casos, dentre os quais, mais de 1.000 óbitos. E, em todos eles, os mais acometidos pela doença são as pessoas idosas. Acontece que as pessoas nova, em que pese estarem menos propensos a óbitos, graças às defesas imunológicas, acabam transmitindo a doença, gerando a pandemia.
BRASIL e BOLSONARO
Assim como em outros países, milhares de casos importados e, Brasil, naturalmente, insere-se nesse contexto. Acontece que, por aqui, temos o Bolsonaro que encara a situação como “gripezinha” e se preocupa, antes de tudo, com a questão partidária, no momento que entra em embate, intempestivamente, com governadores e a imprensa.
Acostumado a falar via redes sociais desde a época de campanha, Bolsonaro, desde que assumiu o comando da nação, não valorizou sua assessoria de imprensa. Fala, muitas vezes, o que não deve, não medindo as consequências. Vira e mexe seus ministros e assessores acabam tendo que remediar situações, perante à população.
Por conta disso, o ministro da Saúde, Mandetta, que atua à luz da sobriedade, vem tendo que conviver com toda uma situação por ele criada, mantendo-se no ministério, em que pese as declarações de Bolsonaro quanto ao fim do confinamento, indo na direção inversa do que vem acontecendo nos demais países, já que se preocupa com a economia, em detrimento da saúde.
É imperativo, naturalmente, que haja flexibilidade para que determinados setores da economia (paralisados) provoquem estrangulamento no fornecimento de alimentação, medicamentos, etc. Mas, relaxar aos procedimentos inerentes à prevenção, é, no mínimo, irresponsabilidade.
PERDA DO PROTAGONISMO
Por conta dessas atitudes de Bolsonaro é que os governadores, unidos, assumiram o protagonismo no combate à Doença. Graças a eles é que a população vem contribuindo para que a disseminação da doença possa acontecer de forma maciça e numa velocidade incontrolável.
DAIANE PIMENTEL, DEPUTADA FEDERAL E ALIADA DE BOLSONARO
“O pronunciamento do presidente foi totalmente infeliz. Reabrir escolas e o comércio foram as sugestões dele, indo na contramão do próprio ministro de Saúde e do mundo. Depois não adianta reclamar dos panelaços”, disse Pimentel nas redes sociais. “Eu jamais seguiria a quem demonstra total despreparo e deslealdade para com a nação. Gostem ou não, aqui tem mulher de coragem. Meu projeto sempre foi por um Brasil melhor e não por uma pessoa e sua família”, acrescentou.
PRECISAMOS DE LIDERANÇA, NESSE MOMENTO
Precisamos, deveras, de liderança nessa processo. Porque, em não havendo, instaura-se a bagunça e, com saúde, não se brinca. Tudo isso vai passar, todavia, é preciso que procuremos agir à luz da razão. Liderança como a de Rui Costa que, na manhã dessa quinta-feira, falou com todos os prefeitos para padronização de procedimentos. Eleição é lá na frente. Inserção de imagem divulgação. Imagem: Cláudio Reis/Framephoto/Estadão Conteúdo.