A comunicação vive hoje uma tempestade perfeita: a centralidade das tecnologias de informação, as novas formas de consumo de informação e conhecimento, a inteligência artificial no dia a dia das equipes, os impactos da desinformação, o esgotamento de alguns modelos de pesquisa e monitoramento das notícias e um campo de atuação profissional sem regulamentação há 15 anos no país. Esse cenário foi tema de debates no 5º Fórum Nacional das secretarias estaduais de Comunicação, nesta terça-feira (4), em Brasília.
O quadro atual demanda uma comunicação pública mais capaz de ouvir os cidadãos, se conectar com o que as pessoas priorizam e demandam, gerar conexões com diferentes gerações e com diversos segmentos da população, lembraram Silvio Meira, professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco e cientista chefe da TDS.Company e a especialista em marketing, Rosário Pompeia, em conversa com 26 secretários estaduais de Comunicação. “Ouvir, propor e unificar. É preciso entender a inteligência artificial, como surgem as fake news, como funciona hoje a comunicação por plataformas que conectam pessoas, marcas, instituições e políticas públicas. A comunicação deve estar na estratégia de governo todo o tempo”, convidou Pompeia.
Os desafios da transformação da comunicação, enfrentados por governos em todo o mundo, encontram no Brasil um mercado de trabalho no qual a profissão de jornalista está sem regulamentação desde 2009, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu que o diploma de jornalismo não seria mais obrigatório para o exercício da profissão. “Nossa profissão tem um código de ética que faz falta para este momento de proliferação de notícias falsas. É urgente a volta da exigência do diploma. Cuidar da regulamentação é apoiar um jornalismo de qualidade, voltado à veracidade da informação”, defendeu Octávio Costa, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em palestra para os 26 Secretários Estaduais de Comunicação reunidos no 5º Fórum.
Programação
Também participam do encontro dos secretários, o ministro Alberto Balazeiro, do Tribunal Superior do Trabalho, Adauto Soares, coordenador de Comunicação e Informação da UNESCO, Rafael Radke, oficial de Projeto da UNESCO, Jarbas Soares, presidente do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União e os especialistas em pesquisas de opinião, Marcelo Tokarski e Pedro Barbosa da Opnus.
Quarta-feira
Nesta quarta-feira (5), o 5º Fórum debate a realidade do trânsito no Brasil e seus reflexos sociais com Adrualdo de Lima Catão, secretário Nacional de Trânsito. O senador Eduardo Gomes (PL-TO) vai tratar do Projeto de Lei sobre Inteligência. Outro tema que será abordado no encontro será a importância e os desafios da comunicação pública no Brasil do século XXI apresentado por Cláudia Lemos, presidente da Associação Brasileira de Comunicação Pública.
Heloísa Renata de Santana, presidente da Associação de Marketing Promocional abordará como utilizar o Live Marketing na comunicação Governamental. A última apresentação do segundo dia de evento será TV 3.0, com Cristiano Flôres, diretor geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.
Ao final do evento, os gestores de comunicação dos estados vão assinar carta-compromisso, elencando prioridades para melhorar ainda mais a comunicação pública em todo o país.