Os resultados da fiscalização realizada pelas Forças Armadas no processo de votação organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não apontam nenhuma irregularidade nas eleições durante o primeiro turno. Os detalhes foram apresentados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que não autorizou a divulgação dos detalhes ao público. As informações são da coluna de Malu Gaspar.
De acordo com o relato de um membro da equipe do presidente, ao ser informado das conclusões do trabalho – que avaliou uma amostra de ao menos 385 boletins de urna e um projeto-piloto com uso da biometria para testar 58 aparelhos – Bolsonaro teria dito que os militares deveriam se esforçar mais, porque as informações não batiam com o que ele próprio soube a respeito do assunto.
Em discurso, logo após o final da apuração dos votos no primeiro turno, ele afirmou que sua conclusão sobre a segurança do sistema de votação das urnas eletrônicas seria dada justamente pelo parecer da Defesa.
O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu em despacho ao Ministério da Defesa que o governo encaminhe uma cópia dos resultados da auditoria feita pelos militares nas urnas eletrônicas usadas no primeiro turno das eleições, no último dia 2. “Acrescento que a Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXIII, admite o sigilo em raras hipóteses, uma delas quando a informação seja imprescindível à segurança do Estado, e, neste caso, é a segurança do Estado que sairá fortalecida com a divulgação de tais informações”, diz o subprocurador Lucas Rocha Furtado, que assina o documento.
O pedido não explicita um prazo para que o Ministério da Defesa encaminhe o documento ao TCU. No ofício, Furtado sugere apenas que o relatório com as conclusões da pasta seja requisitado “com a urgência que o caso requer”. Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilMetro 1.