Neste mês da Consciência Negra, a Secretaria da Educação (SEC) está incentivando uma série de ações nas escolas da Bahia. Nesta quarta-feira (6), no Colégio Estadual Clarice Santiago dos Santos, no bairro do Arenoso, em Salvador, a comunidade escolar realizou o projeto Com Ciência Negra e recebeu a Defensoria Pública da Bahia para o lançamento da quarta edição da “Ação Cidadã Infância Sem Racismo”, que traz duas cartilhas de colorir e promove palestras sobre o combate do racismo entre crianças e adolescentes.
A iniciativa contou com a participação das defensoras Carolina Borges, Larissa Rocha, Donila Fonseca, Eva Rodrigues e Gisele Aguiar, além da subdefensora pública geral Soraia Ramos e a ouvidora-geral Naira Gomes.
“Nossa escola é quilombola urbana e está em um território historicamente quilombola. Então, o projeto Com Ciência Negra nasceu da própria comunidade escolar, integrando ciências Naturais e Exatas, entre outros componentes curriculares”, explica o diretor Marco César Guimarães.
“Com pesquisas e atividades, os estudantes desenvolveram trabalhos que serão apresentados, ao longo do mês, em oficinas de moda, cabelo, produção de vídeos e muito mais”, completa ele. A escola atende cerca de mil alunos do Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Para Wesley Kennedy, do 3º ano do Ensino Médio, o projeto foi transformador. “Passei a enxergar a escola de outra forma. Nosso bairro tem tanta história e cultura que agora, com o projeto, ganhou visibilidade. Somos uma escola que abraça a comunidade e é abraçada de volta”, destaca. O professor de Física, Maurício Nascimento Rocha, reforça que o projeto é essencial para mostrar o papel do negro na Ciência, na Física, na Cultura e na Tecnologia.
Protagonismo – A proposta pedagógica do colégio é abordar o tema em várias dimensões, estimulando o protagonismo dos estudantes para que reconheçam a importância dos negros na produção de conhecimento e ciência. A Defensoria Pública apresentou duas publicações da quarta edição da “Ação Cidadã Infância e Racismo”, destacando a biomédica Jaqueline Góes de Jesus, que sequenciou o genoma do Coronavírus, e o líder indígena e escritor Ailton Krenac, membro da Academia Brasileira de Letras.
A defensora pública geral Firmiane Venâncio destacou o quanto a Defensoria está comprometida com a construção de uma sociedade sem racismo. “Para nós, é uma felicidade poder lançar este projeto e dizer que nossa instituição segue de mãos dadas com a comunidade escolar e com as comunidades periféricas, para construir uma sociedade sem racismo e sem violência”, afirmou.
Fonte: Ascom/SEC