Um caso de racismo mobilizou a cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, nos últimos dias. Na segunda-feira (17), um homem se recusou a receber a vacina da Covid-19 porque a enfermeira que faria a aplicação é negra. Desde então, a Prefeitura, faculdades e sindicatos prestaram solidariedade à Thais Carvalho, estudante de enfermagem que sofreu a discriminação.
A estudante, que trabalha como voluntária na aplicação das vacinas junto à Secretaria da Saúde de Ilhéus, prestava o serviço no CRAS Norte quando se dirigiu ao idoso e foi surpreendida pela recusa do homem. Ao perguntar o porquê ele não queria se vacinar com ela, a resposta foi clara: “Porque você é negra”.
Em vídeo nas redes sociais, Thaís conta que ficou em estado de choque no momento. “Toda vez que eu relato, me dói muito e me machuca muito”, desabafa.
Nesta quarta-feira (19), a Prefeitura de Ilhéus publicou uma nota de repúdio contra o caso, que chama de abominável. “A Prefeitura de Ilhéus vem a público repudiar veementemente o ato racista praticado contra a servidora Thaís Carvalho Silva Santos, na segunda-feira (17), no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Jardim Savoia”, diz o comunicado.
“O idoso, que é cadeirante, estava dentro de um veículo. Thaís informou que poderia ministrar a dose, para evitar que ele se deslocasse até um ponto de drive-thru, ainda assim ele manteve a postura abominável. Após o episódio, Thaís tentou manter contato mais uma vez com o autor da injúria, contudo ele se afastou e ‘virou a face'”
A Faculdade de Ilhéus, onde Thaís estuda, também repudiou o caso em nota. Assim como o Sindicato de Enfermagem da Bahia (Seeb), que atribui a atitude a uma injúria racial. “O racismo e a injúria racial são crimes previstos por lei e devem ser combatidos e punidos. O Seeb segue firme na defesa da vida, da igualdade e da luta contra o racismo e a injúria racial.” Foto Tv Santa Cruz. Metro 1