O DEM, que é presidido nacionalmente pelo ex-prefeito soteropolitano ACM Neto, e o PSL devem confirmar a fusão hoje. Segundo disse ao jornal Valor Econômico o vice-presidente nacional do PSL, Antônio Rueda, o seu partido “aguarda o sim” da legenda comandada por ACM Neto, que convocou reunião da Executiva Nacional do DEM para esta terça-feira.
De acordo com a publicação, caciques de siglas do Centrão entraram em campo nas últimas semanas em uma última tentativa de desmobilizar a criação do “novo superpartido”. Com quase 90 deputados, a nova legenda será titular da maior fatia dos fundos partidário e eleitoral nas eleições de 2022 – R$ 478 milhões, bem acima dos R$ 300 milhões do PT. O Palácio do Planalto também tenta barrar a sigla. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escalou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), para a tarefa. Ele tem tido conversas reservadas com Luciano Bivar e Antonio Rueda, respectivamente presidente e vice-presidente do PSL.
O movimento é visto por integrantes da cúpula do PSL como “ciumeira e temor com perda de protagonismo” das demais legendas de centro. Pelo desenho esboçado até agora, o deputado Luciano Bivar presidirá o novo partido. E ACM Neto seria o secretário-geral da legenda. A nova sigla terá perfil conservador, de direita, será liberal na economia, mas com um olhar atento às questões sociais, e caminhará com o postulante da terceira via à sucessão presidencial. Nascerá com uma bancada de pelo menos 88 deputados – o PSL tem 55, e o DEM tem 33. A fusão não abre janela para o ingresso de novos deputados, mas, em contrapartida, autoriza a saída dos parlamentares sem a perda do mandato.
O nome ainda está em discussão – não se descarta a manutenção do Partido Social Liberal (PSL), mas o 17 será substituído, porque o número é associado ao bolsonarismo. Uma possibilidade é manter o número do DEM: 25. O nome cotado para liderar a nova bancada na Câmara dos Deputados é o baiano Elmar Nascimento, ex-líder do DEM, e um dos principais aliados de ACM Neto. O deputado federal baiano é cotado para assumir a presidência do PSL na Bahia, mas deve mudar de função se a fusão acontecer.
O presidente do DEM avaliou, em entrevista à Folha, que os partidos comungam das mesmas ideologias. “Existem evidentemente muitas convergências que nos colocam sentados na mesma mesa. Se teremos ou não fusão dependerá das conversas em curso e uma aprovação majoritária e colegiada de cada partido”, disse Neto. Foto: Reprodução Facebook. Matéria, Tribuna da Bahia.