Com o pôr do sol da Baía de Todos os Santos como cenário, o espetáculo Salvador Capital Afro, realizado neste sábado (6), na praça Maria Felipa, no Comércio, celebrou os 475 anos da capital baiana, comemorados no dia 29 de março. A apresentação foi conduzida pelos cantores Larissa Luz e Carlinhos Brown e recebeu como convidados Seu Jorge, Luedji Luna e Banda Didá. O show trouxe referências a elementos importantes da cultura da cidade, citando símbolos, pessoas, movimentos, músicas e artistas que fizeram e fazem parte da construção da identidade da capital da Bahia.
Apresentado por Larissa e Brown, o espetáculo, que tem direção artística de Gil Alves e musical de Thiago Pugas (Pugah), contou com um repertório recheado de sucessos que marcaram a música baiana e brasileira, com homenagens a artistas como Gilberto Gil, Raul Seixas e Gal Costa. O set list do espetáculo ainda teve hits da música baiana como Andar com Fé, de Gilberto Gil; Ashansu, de Brown; Divino Maravilhoso, de Gal Costa; e Metamorfose Ambulante, de Raul Seixas.
Seu Jorge interpretou compositores de Salvador num capítulo que fala sobre a relação da cidade com a escrita que vai para o Brasil. Ele trouxe para o repertório canções suas, como Pessoal Particular, além outros sucessos, como Uma Brasileira (Paralamos do Sucesso). Luedji Luna e Banda Didá exaltaram a força feminina da cidade e tocaram sucessos como Alegria da Cidade (Lazzo Matumbi) e Banho de Folhas, da própria Luedji.
No decorrer do evento, ocorreu um momento especial com a participação da Escola de Samba Viradouro, que apresentou o samba enredo ‘Viradouro de Alma Lavada’, que homenageia as Ganhadeiras de Itapuã e foi apresentado em 2020 e vencedor do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro em 2020.
O público ficou encantado com a apresentação e cantou junto com os artistas todos os sucessos. O pedagogo José Eduardo Ferreira Santos foi do bairro de Plataforma para acompanhar o espetáculo e não escondeu a emoção. “Vim para curtir Brown, a Viradouro e essa paisagem espetacular de Salvador. Aqui é o cenário mais bonito do Brasil, é o frontispício do Brasil mais famoso do Brasil”, afirmou.
Dudu Falcão, diretor da Viradouro, afirmou que a escola de samba se sente muito honrada por participar do espetáculo. “É o aniversário de uma capital muito importante culturalmente para o Brasil, e isso só nos faz crer que estamos no caminho certo, quando a gente se dispõe a fazer uma homenagem a uma ancestralidade, a essa região. Então, é uma maneira de a gente ser grato a todo esse axé, a essa energia positiva que Salvador traz para a gente”, disse.
Sucesso – O secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, disse que o espetáculo Salvador Capital Afro fecha com chave de ouro as celebrações do aniversário de 475 anos da cidade. “Um evento que traz artistas daqui, artistas de fora que vêm celebrar Salvador. Isso é firmar cada vez mais a relevância da cultura negra de nossa cidade como sendo uma cultura protagonista do Brasil inteiro. Então hoje é um dia de, mais uma vez, um show feito especialmente para o aniversário da cidade, que desperta a atenção do Brasil e do mundo”, celebrou.
O presidente da Saltur, Isaac Edington, também destacou que o show foi todo concebido para a celebração do aniversário da cidade, citando o palco feito exclusivamente para o espetáculo, inclusive com a seta de Oxumaré. “Aqui estão os nossos maiores patrimônios históricos da cidade, em um único lugar, que está concentrado aqui nessa praça fantástica”, salientou.
Isaac comemorou ainda o sucesso das celebrações do aniversário da cidade ao longo do mês de março, fortalecendo a economia criativa da cidade. “Virou um grande festival que fortalece a economia criativa da cidade, faz com que a gente ative todo esse setor econômico que é a base econômica da cidade, do entretenimento, das artes, da gastronomia, do turismo, da música sobretudo. Então, é um momento muito especial”, ressaltou.
Encerramento – No domingo (8), a partir das 12h, os festejos se encerram no Parque da Cidade, com a Banda Mel celebrando 40 anos de trajetória, relembrando clássicos da história do axé, a exemplo de Prefixo de Verão e Baianidade Nagô, nas vozes de Márcia Short e Robson Morais. O show é a estreia da turnê comemorativa dessas quatro décadas do grupo e promete não deixar ninguém parado no anfiteatro do espaço do Parque, localizado no Itaigara.
Reportagem: Ana Virgínia Vilalva/ Secom PMS