Com o conflito de terras envolvendo ruralistas e o povo indígena Pataxó Hã Hã Hãe, localizada no sul da Bahia, uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarca nesta segunda-feira, 22, na região.
Segundo nota publicada pela, através do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas, o MPI acompanha o caso desde que recebeu as primeiras informações e está fazendo interlocuções com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), incluindo diretamente a Polícia Federal (PF), com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a Secretaria de Segurança da Bahia.
Representantes do Ministério, que estiveram recentemente no sul da Bahia, discutindo questões territoriais com as lideranças Pataxó Hã Hã Hãe, também estão em contato com a Coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia, para garantir o cuidado com os feridos.
No domingo, 21, uma indígena do Pataxó Hã Hã Hãe foi assassinada e outras foram feridas por disparos de arma de fogo na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, que se situa nos municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia, no sul da Bahia, após ataque de fazendeiros do grupo autointitulado “Invasão Zero”, na retomada da Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, em área reivindicada pelos Pataxó Hã Hã Hãe como de ocupação tradicional.
O cacique Nailton Muniz foi atingido no rim e passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga. A vítima fatal foi sua irmã, Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó. Entre os feridos está uma mulher que teve o braço quebrado. Outros feridos foram hospitalizados, mas não correm risco de morte.