Presidente do Partido Democratas (DEM), o prefeito de Salvador, ACM Neto, informou que assinou a expulsão sumária de Sara Winter da sigla. O anúncio foi feito pelo prefeito na manhã desta terça-feira (2).
A reportagem entrou em contato com a assessoria de Sara Winter, que ficou de encaminhar posicionamento sobre o caso.
A expulsão do partido pelo presidente do DEM foi tomada depois que Sara Winter, ativista política da direita brasileira e apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, liderou uma manifestação com referências a grupos neonazistas e de supremacistas brancos americanos, no sábado (30), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
De acordo com a ACM Neto, a decisão foi tomada porque ela “desrespeitou a democracia e flertou com tendências inaceitáveis”.
“Assinei a expulsão sumária de Sara Winter. Ela desrespeitou a democracia com movimentos que flertam com tendências autoritárias que são inaceitáveis para nosso país. As atitudes dela confrontam com o espírito dos democratas, com a atuação firme de defesa da democracia”, disse.
ACM Neto também afirmou que a democracia é inegociável para o partido e que a decisão da expulsão é uma forma de mostrar que não compactua com os posicionamentos de Sara Winter.
“Para o Democratas, a democracia é inegociável. Não vamos compactuar com qualquer tipo de movimento contra a democracia. Ela era filiada e disputou eleição, mas não tinha qualquer participação ativa dentro do partido, porém estava filiada ao Democratas. Aplicamos o estatuto nosso código de ética, para atitudes condenáveis”, disse o prefeito de Salvador.
Movimento antidemocrático
O ato chefiado por Sara Winter no sábado (30), também conhecido como marcha dos 300, reuniu menos de 30 pessoas, que vestiam preto, usavam máscaras e empunhavam tochas de fogo.
As imagens gravadas no local provocaram reações na internet e foram apontadas semelhanças com os atos do grupo supremacista Klu Klux Klan.
Durante o ato, o grupo gritou palavras de ordem contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura ameaças a ministros da Corte e a disseminação de conteúdo falso na internet. A investigação ficou conhecido como “inquérito das fake news”.
Sara Winter é uma das 29 pessoas investigadas nesse inquérito. Nas redes sociais, ela publicou um vídeo no qual afirma que “vai infernizar” a vida de Moraes.
Ainda no sábado, horas antes do protesto chefiado por ela, a Procuradoria Geral da República (PGR) enviou à primeira instância o pedido do ministro para apuração de possível prática de crimes pela ativista, entre eles o crime de honra e de incitação da subversão da ordem política ou social.Foto: Reprodução / Redes Sociais. Tribuna da Bahia