quarta-feira, novembro 6, 2024
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Ação simbólica na Arena Fonte Nova promove campanha pela paz no futebol

Os torcedores que foram à Arena Fonte Nova, nesta terça-feira (5), para assistir à partida entre o Esporte Clube Bahia e o São Paulo Futebol Clube, pela 32ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, se depararam com uma cena marcante: 384 assentos desocupados, cobertos com camisas de diversos times brasileiros e um bandeirão com a frase “A paz vai ocupar”.

A ação, parte da campanha “Cadeiras Vazias”, simbolizou as vítimas fatais da violência nos estádios e marcou o lançamento de uma mobilização nacional do Ministério do Esporte, com o objetivo de promover a paz e combater a violência nas arquibancadas. O evento contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, e do ministro do esporte, André Fufuca, que participaram da ação ao lado de representantes de clubes, torcedores e familiares de vítimas.

Foto: Wuiga Rubini/GOVBA

“Hoje, eu quero agradecer ao Ministério do Esporte, ao ministro Fufuca, a toda a coordenação do Campeonato Brasileiro, que se utiliza da Fonte Nova e do estado da Bahia para apresentar uma demonstração de interesse nosso, de paz no futebol, paz nos estádios, é isso que nós queremos. As torcidas têm que compreender que a disputa acontece lá dentro, nas quatro linhas. Aqui fora é a nossa unidade”, afirmou Jerônimo.

Os assentos vazios representaram as mortes ocorridas entre 1988 e 2023 em confrontos entre torcedores, conforme levantamento do jornalista Rodrigo Vessoni. O número evidencia a gravidade do problema e a necessidade urgente de mudança na cultura do futebol.

Foto: Wuiga Rubini/GOVBA

Para o ministro André Fufuca, a campanha representa um passo importante para tornar os estádios espaços de paz. “Nosso objetivo é transformar os estádios em lugares seguros, onde as famílias possam torcer com alegria e sem medo. Todos têm um papel na construção dessa mudança”, disse, ressaltando a necessidade de esforço coletivo.

A iniciativa recebeu apoio de diversas entidades, como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), além dos clubes envolvidos. A campanha busca não apenas conscientizar sobre os riscos da violência, mas também fomentar comportamentos mais respeitosos nas arquibancadas e incentivar a denúncia de agressões.

Foto: Wuiga Rubini/GOVBA

Famílias

A ação ganhou ainda mais significado com a presença de familiares de vítimas fatais. Entre os participantes estavam Ettore Marchiano, pai de Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras, morta aos 23 anos em julho de 2023 após ser atingida por estilhaços de uma garrafa, e Mikaelly Belinasi, irmã de Sérgio Henrique, morto em 2020 durante um tiroteio entre torcedores em Mauá, na Grande São Paulo.

“Essa campanha é uma forma de mostrar o vazio deixado por quem perdeu um ente querido devido à violência no futebol. Não podemos permitir que as vítimas sejam esquecidas”, afirmou Tiago Valdevino, tio de Paulo Ricardo da Silva, torcedor do Sport, morto em 2014 após ser atingido por um vaso sanitário lançado de uma arquibancada no estádio do Arruda, em Recife.

Foto:Wuiga Rubini/GOVBA

Conscientização

A campanha “Cadeiras Vazias” foi amplamente divulgada nas transmissões ao vivo da partida, com apoio da TV Globo e do SporTV, que destacaram a importância da ação. As imagens dos assentos vazios e as mensagens de conscientização sobre a violência nos estádios foram transmitidas aos telespectadores, ampliando o alcance da mensagem.

Com o apoio das redes sociais e a hashtag #PazVaiOcupar, o movimento gerou grande engajamento entre torcedores e simpatizantes do futebol, unidos pela causa de promover um ambiente mais seguro e respeitoso nos estádios. A ação incluiu minidocumentários sobre as histórias de vítimas da violência, além de um momento de silêncio em homenagem aos mortos.

Repórter: Tácio Santos/GOVBA

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