Com o início do inverno no hemisfério sul hoje, às 11h57, a cidade de Salvador vem registrando fortes pancadas de chuva e rajadas de ventos nos últimos dias, que trouxeram transtornos. A previsão para os próximos dias é de diminuição na intensidade das chuvas e ventos, mas seguem os alertas para o tempo chuvoso que persiste.
No início da noite da última segunda-feira, por volta das 19h, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou uma rajada de vento a 52km/h, que é a maior marca do ano em Salvador. Já ontem, com uma redução, chegou a 40km/h. “Desde segunda-feira, estamos com uma frente fria na altura da Bahia no oceano, mas, de certa forma, tem influenciado a condição de tempo e provocado essas chuvas mais frequentes, inclusive, com as rajadas de vento”, afirma a meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria.
Segundo Sósthenes Macedo, diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), o dia de ontem não teve tantas ocorrências que chamassem demasiada atenção. Já na segunda-feira, os ventos fortes causaram transtornos como quedas de árvores e ameaças, placas de publicidade sendo arremessadas, alagamentos e congestionamentos pela cidade. Ao todo, 90 chamados foram feitos para a Codesal.
“Tivemos a primeira parte do dia com chuvas muito fortes, que ultrapassaram 50mm em apenas 3 horas. O que chamou a atenção foram as rajadas de vento na sequência. A chuva caiu em todos os lugares da cidade. Na segunda-feira, às 18h, tiveram acumulados de 56,6 mm (Sete de Abril), 50mm (São Rafael) e 49,9mm (Novo Horizonte). É muita chuva em um curto espaço de tempo”, pontua Sosthenes.
Ontem, também, foram 104 chamados, segundo o boletim atualizado às 17h, com destaque para as ameaças de quedas de árvore, desabamento e deslizamento, além de seis árvores caídas. Entre elas, uma na Avenida Anita Garibaldi, sentido Ondina, por volta das 17h da segunda-feira e ocasionou engarrafamento até a manhã de ontem.
As travessias Salvador-Mar Grande e Salvador-Morro de São Paulo pelas lanchas foram interrompidas, no final da tarde, além do acesso de navios mercantes à Baía de Todos-os-Santos. Com isso, a bandeira de navegação definida pelo Serviço do Comando 2º do Distrito Naval estava vermelha, ontem, como sugestão para não navegar na área dos Portos da Bahia, segundo a Marinha do Brasil.
Previsão
Para os próximos dias, a temperatura segue sem muitas alterações, com a mínima de 22º C e a máxima entre 28º e 29º C em Salvador. Pelas análises do Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil (Cemadec), Sósthenes afirma que as expectativas são de continuidade do tempo instável até o final da semana, mas perdendo intensidade. “Esperamos que até o final da semana o tempo melhore, mesmo com a instabilidade. Nós ainda estamos sob influência de uma frente fria”, afirmou o diretor-geral da Codesal.
Segundo os dados atualizados às 16h50 de ontem, os maiores acumulados de chuvas registrados nas últimas 24 horas pelas estações monitoradas pelo Cemadec foram na Ilha dos Frades (36,4mm), Valéria (33,6mm), Pirajá (29,6mm), Sete de Abril – Bosque Real (27,6mm) e Plataforma (27mm).
“No outono, tem chuvas mais intensas em poucas horas, enquanto, no inverno, as chuvas são mais fracas e persistentes, sem grandes volumes acumulados, não provocando grandes alagamentos, e com a temperatura mais reduzida. No decorrer da estação de inverno, podem ter dias com temperaturas baixas e rajadas de vento, mais recorrentes pelo litoral até o início da primavera”, pontua Cláudia Valéria.
“Ao contrário do que as pessoas pensam, o tempo mais instável para Salvador não é no inverno. É no outono, por ser uma estação de transição, em que nós evidenciamos maiores acumulados pluviométricos, com os meses de abril, maio e junho chamando mais a atenção. No inverno, a partir de julho, mesmo com as chuvas, a tendência é que tenhamos uma estabilidade maior. O tempo fica mais feio, mas sem chuvas intensas”, finaliza o diretor-geral da Codesal. Texto, Maurício Viana. Árvore caiu na avenida Anita Garibaldi, sentido Ondina, na segunda-feira, e ainda obstruía a calçada ontem –