quinta-feira, novembro 21, 2024
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Campanha Novembro Azul faz alerta sobre cuidados com a próstrata

Gostaria de sugerir uma pauta sobre Novembro Azul, campanha com o objetivo de alertar sobre temas relacionados à saúde do homem, principalmente o câncer de próstata, o mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele1.

A doença é complexa e quase sempre assintomática no início, porém em estágios mais avançados, ela pode proliferar e atingir outras regiões do organismo, como os ossos, fígado e pulmão. Essa etapa do câncer é chamada de metástase e pode causar um grande impacto na qualidade de vida do paciente2.

No entanto, a medicina vem avançando nos últimos anos, contribuindo para retardar a progressão da doença e garantindo que os pacientes com câncer avançado possam viver mais e melhor. Atualmente, pacientes com câncer de próstata avançado podem ser tratados com medicamentos orais, associados a maior flexibilidade para pacientes (e cuidadores), além de liberdade para manterem sua rotina de vida3.

Apesar de existirem protocolos terapêuticos específicos, cada jornada é única. Por isso, é tão necessário garantir o tratamento certo para o paciente certo, levando em conta a vivência do paciente, como a sua realidade social, raça, orientação sexual e identidade de gênero. A falta de acolhimento pode afastar as pessoas dos consultórios pelo medo de sofrer preconceito e de não terem suas necessidades atendidas. Portanto, uma equipe multiprofissional acolhedora faz toda a diferença na jornada de tratamento.

Sendo assim, é importante estabelecer um diálogo aberto entre o médico e o paciente, pois juntos eles devem entender a melhor estratégia de tratamento, levando em consideração fatores como: a rotina e prioridades pessoais do paciente; custos diretos e indiretos de determinado tratamento; interações entre os medicamentos prescritos; e comorbidades, pois além do câncer, muitos pacientes podem apresentar obesidade, doenças cardíacas, diabetes, entre outros. São fatores que, se não avaliados e manejados corretamente, podem impactar a resposta e adesão ao tratamento, assim como a qualidade de vida do paciente4.

 Segundo o DataSUS de 2021, na Bahia:

  • 68,91% dos pacientes irão iniciar seus tratamentos com estadiamento III e IV, ou seja, estágio avançado1.
  • 410 pessoas morreram da doença1.
  • 44,7 mil pessoas realizaram o exame de PSA (antígeno prostático específico) 1.
  • 7K foram diagnosticados em estágio avançado. 1.
  • 4,3K internações para tratamento do câncer de próstata1.

Segundo o DataSUS de 2021, no Brasil: 

  • A doença atingirá 65 mil homens em 2022, principalmente idosos1.
  • Esse tipo de câncer corresponde a 29% do total de tumores no público masculino1.
  • No Brasil, 99,11% dos pacientes iniciam o tratamento sistêmico acima dos 50 anos. Temos uma média de 30.460 pacientes iniciando seus tratamentos por ano1.
  • Sabemos a importância do início precoce do tratamento para a sobrevida do paciente, porém foi observado que os pacientes são diagnosticados em sua maioria em estágio localmente avançado e avançado (III e IV), correspondendo a 51,28% dos pacientes em 20211.
  • 907 internações para tratamento do câncer de próstata1.

Outras informações:

  • O antígeno prostático específico (PSA) é usado principalmente para rastreamento do câncer de próstata em homens assintomáticos. Além disso, o exame de toque retal também é necessário5.
  • Para mudar a situação do câncer e de outras doenças no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) criou a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNSH), facilitando e ampliando o acesso aos serviços de saúde com qualidade para população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). É importante ressaltar que essa política ajuda a aumentar a quantidade de diagnósticos, diminuir a mortalidade e melhorar as condições de saúde do homem6.
  • A Lei nº 12.732/12 (em vigor desde 23/05/2013) estabeleceu que o primeiro tratamento oncológico no SUS deve se iniciar no prazo máximo de 60 dias a partir da assinatura do laudo patológico ou em prazo menor conforme necessidade terapêutica do caso registrada no prontuário do paciente. Considerando o Brasil, ao longo do período, foi observado que 54,4% dos pacientes iniciaram seus tratamentos com tempo superior a 60 dias desde a data do diagnóstico1.
  • É preciso combater os mitos relacionados à disfunção sexual durante o tratamento do câncer de próstata, em muitos casos, a condição é provisória e reversível 1,7.
  • É importante identificar também os diferenciais entre fadiga e cansaço, sinais do câncer de próstata, durante o tratamento, pois o cansaço é um sintoma pontual e comumente relacionado à alguma atividade realizada ao longo do dia. Já a fadiga está relacionada a uma falta de energia generalizada para realizar até atividades simples1,7. 

Acredita que a pauta pode ser interessante? Temos um médico que está disponível para entrevista. 

Referências:

  1. RADAR DO CÂNCER. Câncer de Próstata. Disponível em: http://radardocancer.org.br/painel/prostata/. Acesso em: 13 out. 2022.
  2. Mottet N, et al. Eur Urol. 2017 Apr;71(4):618-629
  3. Armstrong AJ, et al. ARCHES: A Randomized, Phase III Study of Androgen Deprivation Therapy With Enzalutamide or Placebo in Men With Metastatic Hormone-Sensitive Prostate Cancer. J Clin Oncol. 2019 Nov 10;37(32):2974-2986.
  4. Vivendo com o Câncer de Próstata. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/vivendo-com-o-cancer/774/149/. Acesso em: 13 out. 2022. ONCOGUIA.
  5. Detecção Precoce do Câncer de Próstata. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/deteccao-precoce-do-cancer-de-prostata/5855/289/. Acesso em: 13 out. 2022.
  6. MINISTÉRIO DA SAUDE. Saúde do homem: prevenção é fundamental para uma vida saudável. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/saude-do-homem-prevencao-e-fundamental-para-uma-vida-saudavel-2/. Acesso em: 13 out. 20
  7. Sociedade Brasileira de Urologia (SBU.  Imagem, Portal Gov. BR
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