Nem tudo que abunda é silicone

Essa crônica tem por escopo trazer à baila reflexões sobre padrões comportamentais, preconceitos, narcisismo e as facetas das selfies.

Por ANTONIO MASCARENHAS

CRÔNICA

A sociedade, ao longo do tempo, sempre buscou estabelecer padrões, sejam eles comportamentais, sejam estéticos ou, até mesmo, a fusão desses dois procedimentos que têm por escopo o estabelecimento de parâmetros a “serem seguidos”. Por conta disso, o corpo estilo “violâo” acabou sendo a “referência”, na contemporaneidade.

A busca pelo perfeccionismo é incessante, eterna. A beleza que fascina, que encanta é, ao mesmo tempo, “trampolim” para aqueles (elas) que buscam, nela, a oportunidade de dar asas à autoestima, bem como, por outro lado, àqueles que visem auferir ganhos pecuniários, no ramo da moda, das artes e, até mesmo, nas relações conjugais.

Mas como cultivar e manter “a beleza” se ela é efêmera, passageira? Referimo-nos, naturalmente, à beleza física que é corpórea, portanto, tangível, temporária. Como tentar postergá-la, na linha do tempo, se não com a utilização dos meios naturais (até determinado limite), desde que detentores de uma genética saudável, cultuada ao longo de sua existência?

Partindo da premissa de que a beleza emerge da genética, associada a hábitos do dia a dia (alimentação adequada,  exercício físicos e todo um cuidado de proteção contra toda uma agressão externa (efeitos da exposição solar, por exemplo) e interna (alimentos inadequados e disfunções orgânicas), é sempre oportuno lembrar que cuidados devem ser constantes.

Paralelo a tudo isso, é sempre importante o cultivo do bom humor e a capacidade de dar asas aos pensamentos construtivistas que incluem o não cultivo do ódio, rancores e outros sentimentos degradantes.

NARCISISMO

“Conta a lenda que Narciso era uma criança muito bonita e admirada por sua mãe que, preocupada com tanta beleza, resolveu levá-lo até um sábio. Foi dito que Narciso teria uma longa vida apenas se jamais visse sua própria imagem.

 

Porém, certa vez, ele viu sua imagem em um lago de águas cristalinas e apaixonou-se pelo seu reflexo. Fascinado, mergulhou para tocá-la e desapareceu nas águas.

Esse mito faz com que as pessoas liguem o termo narcisismo apenas à ideia do reflexo da própria imagem. Porém, de acordo com Freud, essa é uma ligação muito superficial”.

O narcisismo aguça a autoestima, todavia, por outro lado, exacerba o ego que, se não controlado a contento, promove mudanças comportamentais, nem sempre controladas. Nos dias atuais, observamos essa questão bem açodada através da frenética busca por “selfies”, nas redes sociais, dando asas ao exibicionismo exacerbado. Por conta disso, milhares de acidentes ao redor do mundo.

NEM TUDO QUE ABUNDA É SILICONE

O homem, por exemplo, gosta muito das curvas, das saliências. E, no dia a dia, encontra nas ruas, nos shoppings, por exemplo, mulheres  detentoras de avantajadas abundâncias glúteas. E, nesses momentos, muitos deles, as vezes exclamam: “Deve ser silicone…!”.

Acontece que, nem sempre essas “assertivas”, essas apreciações momentâneas são verdadeiras. Muitas mulheres, além de serem agraciadas pela natureza, participam de academias e, graças a isso, conseguem modelar seus corpos.

Portanto, é inoportuna e vazia, a preconceituosa visão tácita de que determinadas protuberâncias sejam, na verdade, não naturais. Consubstanciado nessa premissa, afirmamos: “Nem toda abundância é silicone”.

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