O vice-prefeito Bruno Reis (DEM) decolou nas intenções de voto no levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas e Bahia Notícias. Nos dois cenários estimulados, Bruno tem mais que o dobro do segundo colocado, o deputado federal Sargento Isidório (Avante), que apareceu à frente em pesquisas previamente realizadas. O resultado mostra que a estratégia adotada pelo grupo do prefeito ACM Neto (DEM), de criar um processo de exposição contínua do vice, apresenta um resultado expressivo nas projeções de votos.
O cenário de indefinição das eleições 2020, principalmente sobre as datas em que as urnas devem ser colocadas à prova, é a grande questão para avaliar se a estratégia confirmará as expectativas criadas pelo grupo e sinalizadas com o levantamento divulgado nesta quinta-feira (21). Bruno Reis é considerado favorito para o pleito. E a primeira pesquisa de opinião com um afunilamento dos nomes de potenciais candidatos indica esse caminho.
Outro fator relevante é o baixo índice de rejeição do atual vice-prefeito. Comparado a outros nomes que estão pré-indicados para participar do pleito, é dele o menor. Ou seja, há um potencial de crescimento que os adversários estão longe de ter. Isso abre margem para que Bruno Reis caminhe para dar continuidade ao projeto de oito anos de ACM Neto sem sofrer para ganhar nas urnas;
Nos dois cenários testados, Sargento Isidório e Lídice da Mata (PSB) são os únicos candidatos que teriam mais do que 10%. Os demais pontuariam bem abaixo da expectativa para forçar um segundo turno ou se garantir numa eventual disputa em duas etapas da eleição. Incluindo aí a grande aposta do governador Rui Costa, a ex-comandante da Ronda Maria da Penha, Major Denice (PT). A neopetista teve menos de 5% das intenções de voto tanto no cenário mais amplo quanto no mais restrito, o que sugere um alto desconhecimento da figura dela enquanto candidata. Ainda assim, quando se testa a rejeição ela aparece com um percentual alto, algo pouco usual para uma estreante no processo eleitoral.
A rejeição de Denice, no entanto, é menor do que a de Isidório e Lídice, o que poderia permitir um crescimento durante a campanha. Ainda assim, 2020 não terá uma campanha regular e o tempo curto, reduzido ainda mais por conta da pandemia do novo coronavírus, é um fator que pesa contra a ascensão da major. Após tirar Denice da cartola, o governador deveria ter obrigação de carregá-la para tentar transferir capital político – algo que, convenhamos, nunca foi do perfil de Rui.
Em resumo, essa pesquisa com o afunilamento das candidaturas possíveis mostra o amplo favoritismo que deve embalar a campanha de Bruno Reis. Cabe ao atual vice-prefeito manter o ritmo para evitar que uma hecatombe provoque a derrocada dele na luta para chegar ao Palácio Thomé de Souza. O levantamento, entretanto, é o retrato de um momento específico. E nada impede que, até a urna ser aberta, não haja mudanças nos ventos.
Este texto integra o comentário desta quinta-feira (21) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Alternativa FM Nazaré e Candeias FM.